Política
Pesquisador demitido por embate com Bolsonaro deve assumir vaga de Boulos na Câmara
Em 2019, o cientista contrariou o então presidente ao defender os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o avanço do desmatamento na Amazônia
Com o anúncio de que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) assumirá o comando da Secretaria-Geral da Presidência, quem assume a vaga do psolista na Câmara é Ricardo Galvão (Rede-SP), ex-presidente do CNPq e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Galvão ganhou projeção em 2019, quando foi demitido após bater de frente com Jair Bolsonaro (PL) para defender os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o avanço do desmatamento na Amazônia. À época, o então presidente disse que os números eram “mentirosos”, tese prontamente refutada por Galvão. O episódio levou à sua saída do cargo.
Natural de Itajubá, no Sul de Minas, Ricardo Galvão tem 77 anos, é formado em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense, fez mestrado na Unicamp e doutorado em Física de Plasmas pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.
Construiu carreira no Instituto de Física da Universidade de São Paulo, onde se tornou professor titular e coordenou projetos de pesquisa em fusão nuclear. Também dirigiu o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, presidiu a Sociedade Brasileira de Física e integra a Academia Brasileira de Ciências.
Em 2023, foi nomeado por Lula para presidir o CNPq, com a missão de recuperar o orçamento da pesquisa após anos de estagnação e cortes. Nas eleições de 2022, Galvão recebeu 40.356 votos. Ainda não previsão de quando ele assumirá a cadeira na Câmara.
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