Política
Saída de Márcio Macêdo marca a 13ª troca de ministros de Lula; veja a lista
Quem entra no lugar do petista na Secretaria-Geral da Presidência da República é o deputado federal Guilherme Boulos


A troca na Secretaria-Geral da Presidência da República, oficializada nesta segunda-feira 20, marca a 13ª mudança na Esplanada dos Ministérios na terceira gestão de Lula (PT). Quem entra no lugar de Márcio Macêdo (PT) é o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
A expectativa é que Macêdo seja realocado em outra função no Partido dos Trabalhadores. A nomeação de Boulos é vista como uma movimentação estratégica para reforçar os laços do governo com os movimentos populares e a militância de esquerda com a aproximação das eleições de 2026.
O anúncio da mudança ocorreu após uma reunião nesta segunda-feira entre Lula, Boulos e Macêdo, com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social).
Guilherme Boulos, 43 anos, é deputado federal por São Paulo e uma das principais lideranças da esquerda. Formado em Filosofia pela USP, tornou-se conhecido nacionalmente como coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), organização que atua na luta por moradia e justiça social.
Veja as outras mudanças na Esplanada desde o início do mandato de Lula:
Carlos Lupi
O ministro da Previdência deixou o cargo dias após o escândalo dos descontos indevidos do INSS vir à tona. Lupi foi substituído pelo seu secretário-executivo, Wolney Queiroz.
Cida Gonçalves
Cida foi exonerada do ministério das Mulheres pelo presidente Lula para entrada da ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes.
Juscelino Filho
O deputado federal pediu demissão do Ministério das Comunicações em abril, depois de a Procuradoria-Geral da República denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal em um caso de suposto desvio na destinação de emendas parlamentares no período em que ele era deputado federal.
Alexandre Padilha
Deixou a Secretaria de Relações Institucionais para assumir o Ministério da Saúde e deu lugar a Gleisi Hoffmann na articulação política do governo, em fevereiro de 2025. Padilha era um desafeto declarado do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Nísia Trindade
Saiu do Ministério da Saúde em fevereiro e foi substituída por Alexandre Padilha. Ela era alvo de pressão de parte do Congresso Nacional por supostamente não ter traquejo político — por exemplo, na hora de liberar verbas. Com orçamento de 218,5 bilhões de reais em 2024, a Saúde é um dos ministérios mais cobiçados pelo Centrão.
Paulo Pimenta
Deixou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência em janeiro de 2025, substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira. Semanas antes de demitir Pimenta, Lula já fazia críticas à área, sob a avaliação de que o governo não conseguia transmitir devidamente suas realizações à população.
Silvio Almeida
O então ministro dos Direitos Humanos foi demitido em setembro do ano passado, depois de se tornar alvo de acusações de assédio sexual. Em seu lugar, assumiu Macaé Evaristo (PT).
Flávio Dino
Deixou o comando do Ministério da Justiça para se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal em fevereiro de 2024. Foi substituído por Ricardo Lewandowski, ex-STF.
Daniela Carneiro
Foi destituída do Ministério do Turismo para Lula atender a demandas do Centrão e ganhar apoio no Congresso Nacional. Ela deixou o cargo em julho de 2023 e deu lugar ao deputado Celso Sabino (União-PA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Ana Moser
Em setembro de 2023, perdeu a chefia do Ministério dos Esportes, que passou a ser liderado pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA).
Márcio França
Lula optou por deslocá-lo do Ministério de Portos e Aeroportos para o Ministério da Pequena e da Média Empresa, criado no momento da alteração. O cargo do pessebista foi utilizado para atrair o Republicanos, com a nomeação do deputado Silvio Costa Filho (PE).
Gonçalves Dias
O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional foi o primeiro a deixar o governo. A exoneração aconteceu em abril de 2023, depois de vídeos registrados pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostrarem o militar na sede do governo durante os atos golpistas de 8 de Janeiro.
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