Mundo
Trump manda soltar George Santos, ex-deputado dos EUA filho de brasileiros
O ex-congressista foi sentenciado a sete anos de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou ter concedido uma comutação da pena do ex-deputado George Santos, condenado a sete anos de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado. Segundo Trump, o republicano — detido desde julho em um presídio federal — “era um pouco desonesto”, mas será libertado “imediatamente”.
“George está em confinamento solitário há longos períodos e, segundo todos os relatos, tem sido terrivelmente maltratado. Por isso, acabei de assinar uma Comutação, libertando George Santos da prisão, imediatamente. Boa sorte, George”, escreveu Trump em sua rede social, o Truth Social, nesta sexta-feira 17.
Filho de brasileiros, Santos foi eleito em 2022 ao conquistar um distrito tradicionalmente democrata que cobre partes do Queens e de Long Island, impulsionando os republicanos no estado. Logo após assumir o cargo, porém, vieram à tona mentiras que ele contou na campanha — incluindo falsas alegações sobre sua carreira profissional, sua formação acadêmica e seu patrimônio.
As revelações resultaram em uma série de investigações criminais e legislativas que levaram à sua expulsão da Câmara dos Representantes, em 2023. Ele também firmou um acordo judicial no qual que se comprometeu a pagar cerca de 580 mil dólares em multas, além da pena de prisão. O republicano se declarou culpado de acusações sobre fraude eletrônica e roubo de identidade ao enganar doadores para financiar sua campanha para o Congresso.
A comutação anunciada por Trump ocorre poucos meses depois de Santos se render, em 25 de julho, para cumprir 87 meses de prisão.
O instrumento legal mencionado pelo presidente é um benefício que diminui a pena de um condenado, mas não a extingue. É um tipo de indulto parcial, que transforma a pena privativa de liberdade em outra de menor quantidade ou qualidade. Para receber a benesse, o preso precisa preencher requisitos objetivos (como tempo de cumprimento e conduta carcerária) e subjetivos, definidos por meio de um decreto presidencial.
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