Do Micro Ao Macro
5 dicas para lucrar de verdade na Black Friday
Especialista explica como transformar grandes volumes de vendas em rentabilidade e crescimento sustentável


A Black Friday, prevista para movimentar R$ 13 bilhões neste ano, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), se consolidou como uma das datas mais importantes do varejo nacional. Porém, o aumento nas vendas nem sempre significa lucro.
Muitos varejistas oferecem descontos agressivos sem avaliar o impacto no caixa, nas margens e na sustentabilidade do negócio.
Para Maurício Galhardo, sócio da F360, plataforma de gestão financeira que atende mais de 15 mil varejistas no Brasil, incluindo marcas como Havaianas e Cacau Show, o segredo está em combinar planejamento, tecnologia e inteligência financeira.
“A Black Friday exige mais do que boas ofertas. É preciso controlar o fluxo de caixa e projetar o impacto das promoções para garantir lucro real no pós-evento”, afirma o especialista.
A seguir, ele lista cinco recomendações para o varejista enfrentar a data de forma inteligente.
1. Planeje o fluxo de caixa
A data gera picos de vendas e prazos de recebimento diferentes dos pagamentos aos fornecedores. Simular cenários de entradas e saídas é indispensável. “O varejista deve considerar custos de antecipação de recebíveis e compromissos com fornecedores. Um fluxo de caixa projetado e acompanhado em tempo real evita surpresas e reduz a dependência de crédito caro”, explica Galhardo.
2. Faça uma gestão inteligente de estoques
O estoque representa capital imobilizado. Usar dados históricos e tendências de mercado ajuda a equilibrar compras e demanda. “Ferramentas que conectam estoque, vendas e finanças dão ao empresário a clareza necessária para tomar decisões rápidas e assertivas”, orienta.
3. Defina margens mínimas de lucro
Descontos sem planejamento comprometem a rentabilidade. Antes de anunciar promoções, é importante conhecer a margem de cada produto. Combos e descontos progressivos podem atrair clientes sem comprometer o lucro. “Cada oferta deve ter impacto financeiro projetado”, alerta o executivo.
4. Controle riscos operacionais
O aumento de transações eleva riscos de cancelamentos, devoluções e inadimplência. Galhardo recomenda políticas claras de troca, soluções antifraude e monitoramento de pagamentos em tempo real. “Prever provisões no fluxo de caixa para esses imprevistos ajuda a proteger o resultado financeiro.”
5. Use tecnologia a favor do negócio
Sistemas de gestão financeira e ERPs integram dados de vendas, pagamentos e bancos em um ambiente único. “A automação da conciliação bancária e de cartões evita erros e garante que o dinheiro devido entre no caixa. É assim que se transforma volume em lucro”, conclui.
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