As 5 soft skills que startups precisam dominar para atrair CVCs

A busca por investimentos corporativos vem crescendo entre startups brasileiras. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, atrair um Corporate Venture Capital (CVC) não depende apenas de valuation, faturamento ou indicadores de desempenho. Para investidores corporativos, o comportamento da equipe fundadora pesa tanto quanto os números. O objetivo é formar parcerias estratégicas e duradouras — algo que só acontece quando há maturidade comportamental e alinhamento de valores.

Segundo Guilherme Skaf Amorim, Head da Rosey Ventures, CVC do Grupo Marista, as corporações observam o quanto a startup está preparada para lidar com a complexidade das relações empresariais. “Os números falam, mas o perfil humano da equipe fundadora é decisivo. Soft skills desenvolvidas indicam preparo para construir parcerias sustentáveis”, afirma.

A seguir, estão as cinco soft skills que, segundo o executivo, podem fazer a diferença na hora de conquistar a confiança de um fundo de investimento corporativo.

1. Inteligência emocional

É a capacidade de lidar com críticas, pressões e incertezas sem perder o foco. Em parcerias com grandes empresas, isso significa transformar desafios em aprendizado e demonstrar equilíbrio diante das mudanças. Startups que mostram disciplina, abertura para ajustes e persistência inspiram mais confiança nos investidores.

2. Escuta ativa e empatia

Startups que ouvem e compreendem as demandas da corporação conseguem alinhar expectativas e reduzir conflitos. Isso envolve identificar prioridades, entender limitações estruturais e adaptar entregas à realidade do parceiro. A escuta atenta cria um ambiente de cooperação mútua, essencial para relações de longo prazo.

3. Capacidade de adaptação

Empresas consolidadas têm processos e ritmos diferentes das startups. Saber adaptar produtos, serviços e comunicações a esses contextos é um diferencial competitivo. Investidores valorizam startups que conseguem se ajustar sem perder a identidade inovadora, integrando-se à governança corporativa sem abrir mão da agilidade.

4. Comunicação estratégica

Saber comunicar valor é tão importante quanto entregá-lo. Isso inclui traduzir métricas técnicas em resultados claros e falar a linguagem dos executivos. Uma comunicação assertiva permite negociar prioridades, evitar ruídos e alinhar expectativas entre as partes.

5. Liderança colaborativa

Startups com líderes que descentralizam decisões e valorizam a equipe demonstram preparo para crescer. Fundadores que estimulam o protagonismo interno e promovem um ambiente de confiança constroem organizações mais sólidas e atrativas para o investimento corporativo.

Para Amorim, o diferencial competitivo está na combinação entre performance comercial e maturidade humana. “Soft skills não se aprendem de um dia para o outro. Elas são desenvolvidas com experiência, resiliência e aprendizado contínuo. Investir nessas competências é tão estratégico quanto aprimorar o produto”, conclui.