Do Micro Ao Macro
Pix parcelado desperta interesse e cresce mais de 300% nas buscas
São Paulo lidera as pesquisas pela nova modalidade, ainda sem data oficial de lançamento pelo Banco Central


O Pix parcelado vem atraindo cada vez mais a atenção dos brasileiros. De acordo com um levantamento da Topaz, empresa de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais, as buscas no Google pelo termo cresceram 308,84% entre agosto de 2024 e agosto de 2025, atingindo 74 mil pesquisas no último mês do período analisado. Apesar da forte demanda, o Banco Central ainda não definiu uma nova data para o lançamento oficial da modalidade, inicialmente previsto para setembro de 2025.
Estados que mais pesquisam sobre o Pix parcelado
O estudo mostra que o interesse é nacional, mas com destaque para as regiões Sudeste e Sul. O estado de São Paulo lidera com ampla vantagem, registrando 115,6 mil buscas, seguido por Minas Gerais (28,7 mil) e Rio Grande do Sul (19,6 mil). O Top 10 é completado por Paraná (18,9 mil), Bahia (15,5 mil), Santa Catarina (14 mil), Pernambuco (10,1 mil), Ceará (9,9 mil), Goiás (8,6 mil) e Espírito Santo (7,8 mil).
O aumento expressivo nas pesquisas reflete a expectativa dos consumidores por uma alternativa de parcelamento dentro do próprio sistema Pix, que já domina o uso cotidiano de transferências e pagamentos.
Como funciona o Pix parcelado
A nova modalidade permitirá que o usuário divida o valor de uma compra em parcelas, de forma semelhante ao cartão de crédito, mas usando o ambiente do Pix. Nesse modelo, o banco ou a fintech antecipa o valor integral ao vendedor, enquanto o cliente paga as parcelas com juros conforme as condições da instituição.
A diferença em relação ao crédito tradicional está na integração direta com o sistema de pagamentos instantâneos, o que promete mais agilidade e opções personalizadas. No entanto, sem a regulamentação oficial do Banco Central, o serviço ainda opera de forma limitada em algumas instituições financeiras.
Pagamentos digitais em expansão
O Pix já é o principal meio de pagamento do país. Dados do Banco Central indicam que o sistema movimentou R$ 2,2 trilhões em agosto de 2025, superando cartões e boletos. O cartão de crédito segue como o método mais utilizado para compras parceladas e no comércio eletrônico, enquanto o débito e o boleto bancário permanecem populares em transações cotidianas.
As carteiras digitais, como Mercado Pago, PicPay e Google Pay, também ampliam espaço ao reunir diferentes opções em um único aplicativo. Para especialistas, a futura regulamentação do Pix parcelado pode representar uma nova fase de inclusão e autonomia financeira, desde que o consumidor avalie com atenção os juros e condições de cada instituição.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.