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O que dizem Mauro Vieira, Marco Rubio e Jamieson Greer sobre reunião nos EUA
Segundo o trio, as conversas sobre comércio foram ‘muito positivas’


O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, emitiram uma nota conjunta sobre a reunião desta quinta-feira 16, na Casa Branca. Segundo o trio, as conversas sobre comércio foram “muito positivas” e envolveram também “questões bilaterais em andamento”.
Os três “concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato, além de estabelecer uma rota de trabalho conjunto”, segundo o comunicado.
“Ambas as partes também concordaram em trabalhar conjuntamente pela realização de reunião entre o presidente Trump e o presidente Lula na primeira oportunidade possível.”
Horas antes, em um pronunciamento, Vieira classificou de “muito produtivo” o encontro, que durou pouco mais de uma hora.
O chanceler afirmou que os dois lados já trabalham na elaboração de uma agenda de reuniões e que manterá contato direto com Rubio nos próximos dias, a fim de acompanhar o avanço das tratativas e definir prazos para novos encontros.
“Foi muito produtivo, em um clima excelente de descontração e troca de ideias, de uma forma muito clara, muito objetiva e com muita disposição para trabalhar em conjunto”, declarou.
“Reiterei a posição brasileira, transmitida diretamente pelo presidente Lula ao presidente Trump na semana passada, sobre a necessidade de reversão das medidas adotadas pelo governo norte-americano desde julho.”
A primeira parte da reunião durou cerca de 20 minutos e envolveu apenas Vieira e Rubio. Na sequência, juntaram-se equipes dos dois governos — por exemplo, a embaixadora Maria Luiza Viotti e Jamieson Greer.
Vieira e Rubio dialogam em meio à tentativa do governo Lula de reverter o tarifaço aplicado em agosto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à importação de produtos brasileiros. A agenda desta quinta-feira também serviu para pavimentar o caminho de um encontro presencial entre os dois presidentes.
Segundo Vieira, o objetivo é que os presidentes se reúnam brevemente, embora ainda não haja definição sobre a data ou o local da reunião. Isso dependerá, reforçou o chanceler, das agendas de Lula e Trump.
“Prevaleceu a atitude construtiva de contar com aspectos práticos da retomada das negociações entre os dois países, em sintonia com a boa química que foi sentida, sobretudo, no telefonema entre Lula e Trump.”
Em 6 de outubro, Lula e Trump conversaram por telefone. Três dias depois, Vieira falou com Rubio, ocasião em que eles combinaram o encontro em Washington.
Em abril, Trump anunciou uma tarifa mínima global de 10%, que também afetou as importações brasileiras. Em 6 de agosto, o governo norte-americano decidiu aumentar a taxa para 50%, em represália a uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os Estados Unidos também impuseram sanções consulares e financeiras a altos funcionários brasileiros, em especial ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do julgamento contra Bolsonaro, condenado em setembro a 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
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