Parlatório

Temer, o novo articulador político de Dilma

O vice-presidente da República vai acumular o diálogo com a base, uma tentativa de acalmar o PMDB

Michel Temer durante reunião do PMDB, em março. Ele ganha força
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Depois de ouvir a recusa do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, a presidenta Dilma Rousseff decidiu integrar a pasta à vice-presidência e entregou a Michel Temer (PMDB) a articulação política do governo.

A decisão se dá em um momento de crise, no qual Dilma, alvo central dos protestos, vê sua popularidade despencar, e é criticada tanto pela falta de diálogo com a base progressista que a elegeu quanto com aliados menos alinhados ideologicamente, como os do PMDB.

Dilma tomou a decisão após reunião com presidentes e líderes de partidos da base aliada no Congresso Nacional. No início da noite, divulgou a decisão por meio de nota, assim como a saída de Pepe Vargas da Secretaria de Relações Institucionais, pasta que tinha assumido no início do ano. Na nota, Dilma agradece “o empenho, a lealdade e a competência” do ex-ministro.

Após o anúncio oficial, o chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante, explicou que todas as funções da Secretaria de Relações Institucionais serão assumidas por Temer. Além da articulação política com os parlamentares, a secretaria é responsável pela relação do governo federal com as prefeituras. De acordo com Mercadante, a mudança foi “fortemente apoiada por todos os partidos” da base. “Essa solução política, em um momento com tantos desafios, ajuda a melhorar as relações com o Congresso, entre os Poderes e entre base aliada.”

Ao falar com a imprensa, Mercadante enfatizou que Temer é um “homem público de larga experiência”, ressaltando sua biografia como constituinte, presidente da Câmara dos Deputados por mais de uma vez e presidente do PMDB. “É a liderança que melhor reúne condições de fazer esse trabalho”, afirmou o ministro. Para ele, Temer tem perfil para conduzir a articulação política e “agregar a base aliada”. Sobre a possibilidade de essa “solução” ser considerada satisfatória por todas as diferentes alas do partido, Mercadante disse que a tarefa “é mais complexa” e “não diz respeito a um partido”. “Exige diálogo, construção com todos partidos da base, inclusive com oposição. Função que exige diálogo com todos.”

Mercadante destacou que todos as lideranças reconheceram a “dedicação, empenho, ética e comportamento” do ministro Pepe Vargas à frente da pasta. De acordo com o chefe da Casa Civil, a “seriedade e a ética” de Pepe não estão sendo discutidas neste momento de troca, e sim uma “melhor interlocução com todos os Poderes”.

Com informações da Agência Brasil

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