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Fortes chuvas deixam quase 30 mortos no México

O estado central de Hidalgo é o mais atingido, com 16 mortos, 1.000 casas danificadas e 90 comunidades isoladas, segundo as autoridades mexicanas

Fortes chuvas deixam quase 30 mortos no México
Fortes chuvas deixam quase 30 mortos no México
Francisco Villeda/AFP
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Pelo menos 28 pessoas morreram e um rastro de destruição foi deixado no México pelas intensas chuvas registradas desde quinta-feira, segundo relatórios divulgados na sexta-feira (10) por autoridades de vários estados.

A Proteção Civil informou que as chuvas se intensificaram em 31 dos 32 estados mexicanos, causando transbordamentos de rios e inundações em comunidades inteiras, além de deslizamentos de terra em estradas, rodovias e pontes.

O estado central de Hidalgo é o mais atingido, com 16 mortos, 1.000 casas danificadas e 90 comunidades isoladas, segundo as autoridades. O governo de Puebla (centro do México) confirmou nove mortos e oito desaparecidos, além de 80.000 pessoas afetadas. Relatórios oficiais indicam duas mortes em Veracruz (leste) e uma em Querétaro (centro do México) devido ao transbordamento de rios.

A presidente Claudia Sheinbaum detalhou em mensagens na rede social X que milhares de soldados, cerca de vinte barcos e o mesmo número de aviões, além de seis helicópteros, foram mobilizados para ajudar as áreas afetadas.

“A Marinha enviou 3.300 soldados para Puebla, Veracruz e San Luis Potosí”, escreveu a presidente, que também realizou videoconferências com os governadores desses distritos.

Além disso, 5.400 militares do Exército também foram mobilizados e abrigos foram abertos para acomodar aqueles que tiveram que abandonar suas casas devido à elevação do nível dos rios.

As autoridades estaduais também montaram dezenas de abrigos para acomodar famílias inteiras que abandonaram suas casas devido à ameaça de novas inundações, especialmente em Veracruz, onde existem extensos leitos de rios.

Laura Velázquez, coordenadora nacional da Proteção Civil, relatou deslizamentos de terra, bloqueios de estradas e transbordamentos de rios nos estados afetados.

A área do desastre é a Sierra Madre Oriental, uma vasta cadeia de montanhas que corre paralela à costa do Golfo do México e está repleta de pequenas localidades que estavam inacessíveis até sexta-feira.

Uma equipe da AFP chegou à cidade de Tulancingo, Hidalgo, onde começam as estradas que levam às aldeias nas montanhas, mas elas foram fechadas devido a deslizamentos de terra e uma enorme vala.

Mudança de estações

O México vivenciou uma intensa temporada de chuvas em 2025, chegando a bater um recorde na capital. O meteorologista e acadêmico Isidro Cano explicou à AFP que as chuvas intensas registradas desde quinta-feira ocorrem no final da temporada e se devem a uma “mudança de estações”.

“As chuvas podem chegar mais cedo ou mais tarde. Há também o fator orográfico, que contribui para a formação de nuvens devido ao ar quente e úmido que sobe para as montanhas”, afirmou.

Ele explicou que um fenômeno tropical formado no Golfo do México colidiu com a Sierra Madre Oriental, causando um aumento nas temperaturas que favorece o vapor d’água e chuvas intensas.

Soma-se a isso uma frente fria vinda dos Estados Unidos, que gera maior nebulosidade, o que favorece mais chuvas em grandes áreas do país, acrescentou o especialista.

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