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Venezuela recorre ao Conselho de Segurança da ONU contra desdobramento militar dos EUA

Desde setembro, os Estados Unidos realizam um desdobramento militar no sul do Caribe

Venezuela recorre ao Conselho de Segurança da ONU contra desdobramento militar dos EUA
Venezuela recorre ao Conselho de Segurança da ONU contra desdobramento militar dos EUA
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Arquivo/AFP
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A Venezuela se defendeu nesta sexta-feira 10 no Conselho de Segurança das Nações Unidas e pediu que os Estados Unidos sejam impedidos de cometer um “crime internacional” contra o País, embora tenha recebido apoio moderado da maioria dos Estados-membros.

“Acreditamos que este é o momento certo para que este Conselho de Segurança cumpra o mandato que lhe foi confiado (…) e evite uma catástrofe que pode abalar toda a região por gerações”, declarou o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada.

“As ações e a retórica belicista do governo dos Estados Unidos indicam (…) que estamos diante de uma situação em que é racional pensar que, em um prazo muito curto, será executado um ataque armado contra a Venezuela”, acrescentou Moncada.

A Venezuela solicitou a reunião do Conselho para denunciar a “escalada de agressões” provocada pelo desdobramento militar dos Estados Unidos no Caribe.

“Estamos aqui para evitar a prática de um crime internacional”, insistiu Moncada, que pediu ao Conselho de Segurança — no qual os Estados Unidos têm direito a veto — que tome as “medidas necessárias”.

Mas o País recebeu apoio apenas de alguns membros do Conselho, com seus aliados Rússia e China à frente.

As acusações de Washington — que afirma que o presidente Nicolás Maduro é o líder de uma suposta rede de tráfico de drogas, o Cartel de los Soles — “não se baseiam em nenhum fato”, mas “seriam um excelente tema para uma superprodução de Hollywood na qual, mais uma vez, os americanos salvariam o mundo”, ironizou o embaixador russo, Vasily Nebenzya.

O diplomata russo acusou a Casa Branca de fomentar as tensões e afirmou que os Estados Unidos estão “a um passo de uma agressão armada direta”.

Embora muitos países tenham se mostrado cautelosos e pedido a ambas as partes que reduzam a tensão, Moncada declarou estar “satisfeito” com o fato de que alguns deles, sem condenar os Estados Unidos, defenderam o direito internacional.

“A luta contra o narcotráfico deve ser conduzida com respeito ao direito internacional e aos direitos humanos”, declarou o embaixador adjunto da França, Jay Dharmadhikari. “Nesse contexto, os Estados devem abster-se de qualquer iniciativa armada unilateral.”

Desde setembro, os Estados Unidos realizam um desdobramento militar no sul do Caribe, diante das águas territoriais da Venezuela, e destruíram quatro supostas embarcações do narcotráfico, causando a morte de 21 pessoas, segundo Washington.

O representante dos Estados Unidos, John Kelley, reiterou perante o Conselho a determinação de seu país de utilizar todo o seu “poderio” para “erradicar os cartéis de drogas, independentemente do lugar em que operem”.

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