Economia
Conheça as novas regras do financiamento imobiliário, anunciadas pelo governo federal nesta sexta-feira
O valor máximo dos imóveis comprados via Sistema Financeiro da Habitação passa para R$ 2,25 milhões


O governo federal anunciou nesta sexta-feira 10 novidades no crédito imobiliário no País. A partir de agora, o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), sustentado com recursos das cadernetas de poupança, vai poder financiar imóveis de até 2,25 mihões de reais (antes, o teto era de 1,5 milhão).
As novidades anunciadas formalmente nesta sexta modernizam as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SPBPE) e podem garantir o financiamento de 80 mil novas moradias até 2026, segundo o ministro das Cidades, Jader Filho.
As alterações redefinem “totalmente” a lógica de funcionamento do sistema vigente, segundo o governo, e foram pensadas por conta da queda nos saldos da poupança nos últimos anos, diante das mudanças no mercado financeiro.
As regras que estavam vigentes exigiam que 65% do dinheiro da poupança deveriam, obrigatoriamente, ser aplicados pelos bancos no crédito imobiliário. Outros 20% deveriam ser depositados compulsoriamente no Banco Central, enquanto os 15% restantes tinham livre aplicação.
Após um período de transição, isso será mudado: os direcionamentos obrigatórios de 65% e os depósitos compulsórios no BC deixarão de existir. Assim, todo o dinheiro depositado na poupança será referência para o volume de recursos que os bancos devem destinar ao crédito habitacional.
Durante o lançamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que se reuniu com representantes dos bancos privados, que tinham pedido a liberação de 5% dos valores do depósito compulsório no BC. A equipe econômica, porém, preferiu dar ainda mais espaço para os financiamentos, isentando totalmente a necessidade.
“As coisas acontecem neste País quando você tem um governo que tenha vontade de ouvir e, ao ouvir, tenha vontade de fazer as coisas andarem para a frente”, afirmou o presidente no evento de lançamento, em São Paulo.
O governo explica que, quanto mais dinheiro for depositado na poupança, mais crédito será oferecido para o setor imobiliário. Com isso, deve haver mais ofertas de financiamento, que consideram ainda outras captações, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
“Estamos tornando o uso da poupança mais eficiente, o que vai permitir que cada real depositado gere mais crédito, mais habitação e mais empregos. É uma transformação que prepara o País para um novo ciclo de crescimento com sustentabilidade e inclusão”, afirmou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.
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