Política

Conselho de Ética abre processos contra deputados bolsonaristas por motim na Câmara

Todas as representações foram encaminhadas pela Mesa Diretora

Conselho de Ética abre processos contra deputados bolsonaristas por motim na Câmara
Conselho de Ética abre processos contra deputados bolsonaristas por motim na Câmara
Os deputados Marcos Pollon (PL-MS); Marcel van Hattem (Novo-RS); e Zé Trovão (PL-SC) — Foto: Kayo Magalhães/ Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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O Conselho de Ética da Câmara abriu, nesta terça-feira 7, processos disciplinares contra três deputados envolvidos no motim bolsonarista que impediu os trabalhos legislativos na Casa. Os processos têm como alvos os deputados Marcos Pollon (PL-MS)Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC).

Após a instauração dos processos, o presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-PR), iniciou o sorteio das listas tríplices que servirão de base para a escolha dos relatores. A definição final deve ocorrer até esta sexta-feira.

Todas as representações foram encaminhadas pela Mesa Diretora e tratam do episódio em que deputados da extrema-direita tomaram o controle da Câmara para impedir votações.

obstrução do plenário ocorreu em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo também utilizou a medida para pressionar pela votação da anistia a golpistas, pela análise da PEC que acaba com o foro privilegiado de parlamentares e pela abertura do processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Com a rebelião em plenário, uma enxurrada de pedidos de suspensão de mandatos chegou à direção da Câmara, que, com base no Regimento Interno, poderia ter optado pelo encaminhamento direto ao Conselho de Ética. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republianos-PB), apesar de orientado por aliados a reagir com vigor à baderna, escolheu o ritmo mais lento e enviou as representações à Corregedoria.

Outros deputados envolvidos no motim— entre eles Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Caroline de Toni (PL-SC) — devem receber apenas censura escrita, que não depende de deliberação no colegiado.

caso de Pollon é considerado o mais grave. No relatório, o corregedor da Casa pediu 90 dias de suspensão e apontou que o bolsonarista “obstou o exercício pleno das prerrogativas presidenciais”, uma violação direta ao decoro parlamentar.

Em outro episódio, ocorrido em 3 de agosto, o deputado foi acusado de difamar e ironizar Motta, referindo-se a ele como “um baixinho de um metro e sessenta” — gesto descrito como “ato de afronta não apenas à pessoa do presidente, mas à própria dignidade da Casa que ele representa”.

Por ser membro titular do Conselho de Ética, Pollon poderá ser afastado do colegiado enquanto durar a tramitação de seus processos. Marcell van Hattem e Zé Trovão, por sua vez, foram alvos de pedidos de suspensão por 30 dias. O trio ainda não se manifestou sobre a decisão desta terça-feira.

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