Mundo
Venezuela avisa aos EUA que ‘extremistas’ planejam atacar embaixada americana em Caracas
A ação contra a sede diplomática, segundo o governo de Maduro, é orquestrada por membros da direita do país para prejudicar a já tensa relação entre as nações


A Venezuela alertou, nesta segunda-feira 6, sobre um plano de “extremistas” para colocar “explosivos” na embaixada dos Estados Unidos em Caracas, em um contexto de crescente tensão entre ambos os países pela mobilização militar de Washington no Caribe.
As relações diplomáticas entre a Venezuela e os Estados Unidos estão rompidas desde 2019, depois que Washington não reconheceu a primeira reeleição de Nicolás Maduro. Desde então, a embaixada está ocupada apenas por alguns funcionários.
Segundo um comunicado do chefe da delegação da Venezuela para o diálogo com os Estados Unidos, Jorge Rodríguez, “mediante uma operação de falsa bandeira preparada por setores extremistas da direita local, tentou-se colocar explosivos letais na embaixada dos EUA”.
O governo da Venezuela costuma denunciar planos conspiratórios pelos quais culpa a oposição de tentar derrubá-lo e criar cenários de violência no país.
“Reforçamos as medidas de segurança em tal sede diplomática que nosso governo respeita e protege”, acrescentou Rodríguez, que também informou a uma embaixada europeia para que comunique esses planos a Washington.
Durante semanas, circulou nas redes sociais o boato de que a líder da oposição María Corina Machado, na clandestinidade desde as eleições presidenciais de julho de 2024, está refugiada na embaixada dos Estados Unidos.
No entanto, seu paradeiro não foi confirmado pela AFP e nenhuma autoridade venezuelana ou americana confirma esses rumores.
A oposição reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de 2024, nas quais denunciou fraude. A segunda reeleição de Maduro também não foi reconhecida por Washington.
Os Estados Unidos mobilizaram, no final de agosto, oito embarcações e um submarino nuclear em águas internacionais do sul do Caribe, em frente ao litoral da Venezuela, com o argumento de combater o “tráfico de drogas”.
Na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram o quinto ataque contra uma suposta embarcação narcotraficante perto da costa da Venezuela, causando a morte de quatro pessoas.
Pelo menos 21 pessoas morreram nesses ataques.
Caracas denuncia um “cerco” e uma “ameaça” com o objetivo de uma “mudança de regime”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.