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Morre o advogado Luiz Fernando Pacheco, um dos fundadores do Grupo Prerrogativas
Pacheco foi encontrado caído em uma rua do bairro Higienópolis, chegou a ser socorrido, mas não resistiu


Morreu, na manhã desta quinta-feira 2, o advogado Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, um dos fundadores do Grupo Prerrogativas. O advogado era dado como desaparecido há três dias; a causa da morte está sendo investigada.
Pacheco foi encontrado caído em uma rua do bairro Higienópolis, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Policiais que atenderam a ocorrência narraram, em boletim de ocorrência ao qual CartaCapital teve acesso, que ao chegarem ao local identificaram um homem caído ao solo, sendo socorrido pelo SAMU. Um popular narrou à equipe que viu o advogado passando mal, convulsionando e com dificuldades de respirar, e que acionou a PM e o Samu.
O advogado chegou a ser socorrido, e encaminhado ao Pronto Socorro da Santa Casa, mas veio a óbito por volta da 1h40 desta quinta-feira, segundo o BO.
Os policiais afirmaram não ter encontrado documentos de identificação com a vítima, que teve a identidade confirmada via exame papiloscópico realizado pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt.
Ainda de acordo com o BO, constava um boletim de desaparecimento do advogado, registrado na terça-feira 30.
Manifestações
“Um dos advogados mais brilhantes, capacitado, generoso e solidário do País. Uma perda absolutamente irreparável, destacou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, fundador da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e do Grupo Prerrogativas.
“Completamente entristecido e chocado, uma perda imensa para a advocacia, para o direito brasileiro e, pra mim, como amigo”, declarou o jurista e professor de direito constitucional, Pedro Serrano.
“Uma tragédia. A advocacia criminal perde um grande advogado, o direito um grande jurista e nós do campo progressista um grande companheiro”, lamentou Serrano.
A OAB Nacional manifestou pesar pela morte de Pacheco, relembrou sua trajetória profissional, iniciada em 1994, e destacou a atuação do jurista em casos de grande repercussão jurídica e política, como o chamado Mensalão.
“Pacheco sempre exerceu a advocacia com firmeza, seriedade e respeito às instituições. Era uma referência na defesa das prerrogativas e um nome importante na vida institucional da OAB. Sua ausência será muito sentida”, afirmou o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, lamentou a morte do advogado, ‘de trajetória brilhante’. “Meus sentimentos aos seus familiares, amigos e colegas de advocacia“, escreveu.
O também jurista e professor de Direito Constitucional, Lenio Streck, relembrou Pacheco como um ‘ser notável e sensível’. “Lá se vai nosso Amigo. Agora quem chora de saudades somos nós”, escreveu.
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