Mundo
A visão do Brasil sobre o plano de Trump para acabar com a guerra em Gaza, segundo o Mauro Vieira
Mauro Vieira afirmou que o governo vai apoiar publicamente a proposta dos Estados Unidos; ministro também comentou a possibilidade de um encontro entre Lula e Trump


O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta quarta-feira 1º, em audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, que o Brasil manifestará apoio ao plano de paz apresentado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para a Faixa de Gaza.
Segundo o chanceler, a iniciativa está em sintonia com o que o governo brasileiro vem defendendo desde o início da crise no Oriente Médio. “O Brasil está acompanhando e ontem tomamos conhecimento do plano que foi lançado. Vamos aplaudi-lo publicamente porque o objetivo do plano […], com a libertação dos reféns, cessar-fogo e reconstrução de Gaza, está na linha dos nossos objetivos”, disse.
O plano, anunciado por Trump ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prevê a libertação imediata de reféns, a retirada gradual de tropas israelenses do enclave palestino e a formação de um governo transitório supervisionado pelos Estados Unidos. Sem dar detalhes, o projeto também abre a possibilidade de criação de um Estado Palestino ao final do processo.
Vieira aproveitou a audiência para falar sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos. Ele confirmou que está sendo articulada uma conversa entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump, que pode ocorrer por telefone, videoconferência ou presencialmente em evento internacional.
“Eu conversei com altos assessores do presidente Trump e ficamos de encontrar, de examinar um momento, que tanto pode ser por um telefonema, videoconferência, como um encontro em um momento específico em que ambos estejam presentes no mesmo evento internacional”, afirmou.
O ministro destacou que o gesto de aproximação feito por Trump na Assembleia-Geral da ONU foi recebido pelo governo brasileiro como sinal de mudança no clima das relações bilaterais. Ainda assim, Vieira ressaltou que o País não pretende misturar política e comércio nas tratativas e que a defesa da soberania nacional permanece inegociável.
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