Sociedade
Polícia interdita bar nos Jardins por suspeita de venda de bebida com metanol
O estado de São Paulo tem cinco mortes suspeitas pela ingestão de bebidas batizadas com a substância; 15 casos são investigados


A Vigilância Sanitária de São Paulo fechou, nesta terça-feira 30, o bar Ministrão, localizado na Alameda Lorena, nos Jardins, devido a suspeitas de venda de bebidas alcoólicas batizadas com metanol.
O estabelecimento já havia sido alvo de uma operação do Centro de Vigilância Sanitária com a Polícia Civil, na segunda-feira 29, que resultou na apreensão de 100 garrafas de destilados. Segundo as autoridades, o local ficará fechado até que se tenha a conclusão da análise das amostras do material apreendido.
O governo de São Paulo anunciou, nesta terça-feira, uma operação de interdição cautelar dos estabelecimentos onde ficar comprovada a venda de bebida adulterada. O governo não detalhou o nome dos estabelecimentos, mas, segundo a Folha de S. Paulo, pelo menos quatro bares foram fechados, além da unidade no Jardins. Os locais interditados estariam na Mooca, na Vila Mariana e em São Bernardo, na Grande São Paulo.
O governo de São Paulo também anunciou a criação de um comitê de crise para acompanhar os casos. O estado de São Paulo tem cinco mortes suspeitas de intoxicação por metanol, sendo uma delas confirmada a ingestão da substância em bebidas alcoólicas batizadas.
Outras quatro mortes são investigadas, sendo 3 casos na cidade de São Paulo e uma em São Bernardo do Campo. São 22 casos ao todo no estado, entre confirmados e suspeitos; 15 seguem em investigação.
Operação contra falsificação de bebidas em Americana
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira, uma operação voltada ao combate à falsificação de bebidas alcoólicas no interior do estado. Os agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) cumpriram três mandados de busca e apreensão em Americana.
As investigações apontaram para uma chácara na zona rural da cidade que era usada para falsificar e envasar bebidas alcoólicas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, no local, os agentes encontraram recipientes para armazenamento e transporte de líquidos e garrafas vazias.
Fábrica no interior de São Paulo era usada para falsificar diversos tipos de bebidas; duas pessoas foram detidas. Créditos: Reprodução SSP
Segundo o Deic, os falsificadores usavam o local para a produção de uísque, gim e vodka. Mais de 17,7 mil produtos foram recolhidos, mas o metanol não estava entre as apreensões.
Duas pessoas foram detidas por envolvimento na falsificação, e devem responder por crimes contra a propriedade material, contra a saúde pública e contra relação de consumo. As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema.
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