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Fachin recusa tradicional jantar após posse como presidente do STF
O ministro também determinou a suspensão de eventos realizados às quartas-feiras na biblioteca do Supremo, que costumavam reunir parlamentares e ministros


O ministro Edson Fachin, que assume nesta segunda-feira 29 a presidência do Supremo Tribunal Federal, recusou a realização do jantar oferecido pela Associação Brasileira de Magistrados, que tradicionalmente acontece em paralelo à cerimônia de posse em Brasília. Além disso, Fachin foi contra promover um coquetel após a solenidade.
No evento, restrito à presença apenas de colegas, familiares e os demais chefes dos Poderes, será servido apenas água e café. Fachin também determinou a suspensão de eventos realizados às quartas-feiras na biblioteca do Supremo. Os encontros, regados a champanhe e ceviches, entre outros comes e bebes, costumavam reunir parlamentares e ministros do tribunal sob o pretexto de prestigiar lançamentos de livros.
O perfil discreto do novo presidente do STF representa uma mudança em relação a Luís Roberto Barroso, seu antecessor, conhecido pela afeição a festas e aparições públicas. No mundo jurídico, advogados e juristas que acompanham a dinâmica do Supremo avaliam que essa postura será importante para tirar o tribunal do foco, sobretudo da imprensa e do bolsonarismo.
Nos bastidores, aposta-se que ele seguirá a linha de Rosa Weber, de apego à institucionalidade. Avesso a entrevistas e ausente em eventos que possam revelar suas opiniões pessoais,
Edson Fachin chegou à Corte em junho de 2015 para substituir Joaquim Barbosa, que havia renunciado ao posto. Ele, que foi indicado pela então presidenta Dilma Rousseff (PT), é natural de Rondinha (RS), se formou na UFPR e possui doutorado pela PUC-SP. Antes de ascender ao Supremo, atuou como procurador do Estado no Paraná.
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