Política

A desconfiança do União Brasil com a saída de Celso Sabino do governo Lula

A cúpula do partido não viu com bons olhos a decisão de não deixar imediatamente o governo

A desconfiança do União Brasil com a saída de Celso Sabino do governo Lula
A desconfiança do União Brasil com a saída de Celso Sabino do governo Lula
Brasília (DF) 22/08/2023 Ministro do Turismo, Celso Sabino, na comissão de Turismo do Senado. Foto Lula Marques/ Agência Brasil
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A cúpula do União Brasil viu com desconfiança a decisão do ministro do Turismo, Celso Sabino (PA), de entregar nesta sexta-feira 26 sua carta de demissão ao presidente Lula (PT) afirmando que permanecerá no cargo ao menos até a próxima semana. Para integrantes da legenda, trata-se de mais uma tentativa para se manter no cargo.

Voz quase solitária na legenda na defesa da gestão petista, Sabino passou os últimos dias tentando convencer seus pares a conceder um salvo-conduto que o permitisse ficar à frente do Turismo até o final do ano.

Quando a sigla chefiada por Antonio de Rueda decidiu antecipar o desembarque do governo, fixando um prazo de 24 horas para que os filiados entregassem seus cargos, o ministro paraense procurou interlocutores e pediu mais tempo. Alegou que Lula iria à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e tinha agendas importantes a cumprir.

Depois, esticou o prazo dado por Rueda para permanecer até esta sexta-feira.

No encontro com o presidente da República, neste sexta, no Palácio do Planalto, aceitou ficar no cargo pelo menos até a agenda que o petista fará a Belém, seu reduto eleitoral, para inaugurar obras da COP30 – segundo ele, a pedido de Lula. “Acredito no diálogo e que os homens públicos vão trabalhar pelo bem do País”, afirmou Sabino a jornalistas, após ser questionado se a situação ainda poderia ser revertida. “Vou seguir conversando com as lideranças”.

Caciques do partido avaliam que a decisão de “esticar” sua permanência no governo pode ter dois objetivos: sair da Esplanada com a garantia de que Lula apoiará sua candidatura ao Senado no ano que vem ou negociar junto aos seus correligionários uma espécie de licença da sigla. As chances desse aval prosperar são remotas, apurou a reportagem com interlocutores de Rueda.

Aliados afirmam que o dirigente do União está chateado com Sabino pelo que enxerga como “quebra de acordo”.

Essa ala do partido ainda vê a movimentação do ministro do Turismo como algo que constrange a Executiva Nacional. Em reação, integrantes da legenda já começaram a contar os pedidos de expulsão que aportaram no Conselho de Ética contra o paraense – e não descartam dar andamento a essas representações caso o (ainda) auxiliar de Lula manobre para permanecer na pasta.

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