Mundo
China defende a Venezuela e critica EUA por ameaçarem a paz na América Latina
Ações norte-americanas na região violam leis internacionais e direitos humanos elementares, diz porta-voz das Relações Exteriores
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Guo Jiakun criticou, nesta sexta-feira 26, a decisão dos Estados Unidos de enviar navios de guerra ao Mar do Caribe com o argumento de combater o tráfico de drogas.
O governo de Donald Trump lançou nas últimas semanas pelo menos três ataques contra embarcações que supostamente se dirigiam aos Estados Unidos com drogas provenientes da Venezuela — episódios que, segundo o magnata, resultaram em pelo menos 14 mortos.
“A China se opõe à ameaça ou ao uso da força nas relações internacionais, a ações que comprometam a paz e a estabilidade na América Latina e no Caribe e à interferência externa nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto”, disse Jiakun em uma coletiva de imprensa
Para o porta-voz, as operações “unilaterais e excessivas” de Washington violam leis internacionais e direitos humanos elementares. “Representam uma ameaça à liberdade e à segurança de navegação em águas relevantes e podem minar a liberdade de outros países em alto-mar.”
Jiakun declarou que Pequim apoia o esforço de combater crimes transfronteiriços por meio de uma cooperação internacional.
As novas ações militares de Trump estiveram na mira do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na última terça-feira 23. Petro suspeita que algumas das vítimas eram colombianas e disse que o presidente norte-americano deve ser investigado por permitir “os disparos dos rifles contra os jovens que simplesmente queriam escapar da pobreza”.
“Dizem que os mísseis no Caribe eram para deter as drogas. Mentira”, disparou. Os Estados Unidos são os principais aliados comerciais e militares da Colômbia. Desde a chegada de Trump ao poder, no entanto, as relações se deterioraram por divergências em temas como migração e tarifaço.
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