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BC corta previsão de crescimento do PIB em 2025 e alerta para efeitos do tarifaço dos EUA
Projeção foi revisada de 2,1% para 2%; em 2026, expectativa é de expansão de apenas 1,5%, o pior resultado desde a pandemia


O Banco Central (BC) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro em 2025. No Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira 25, a estimativa passou de 2,1% para 2,0%. Para 2026, o BC prevê uma expansão ainda mais fraca, de 1,5%, ritmo que, se confirmado, será o mais baixo desde 2020, sob os efeitos da pandemia de Covid-19.
Segundo o documento, a revisão foi motivada principalmente pelos efeitos do aumento das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O tarifaço deve impactar a indústria, os investimentos e o setor externo. O BC destacou também sinais de perda de fôlego da economia no terceiro trimestre, embora parte das perdas seja compensada por perspectivas mais favoráveis para a agropecuária e a indústria extrativa.
“A ligeira redução decorre dos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre”, afirma o relatório.
Para 2026, a previsão de 1,5% considera a manutenção dos juros básicos em patamar alto (atualmente em 15% ao ano), o baixo nível de ociosidade na economia, a expectativa de desaceleração global e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025.
A revisão ocorre em meio a um cenário internacional mais incerto, marcado por tensões comerciais e pelo reposicionamento das políticas econômicas globais. O BC reforçou que seguirá monitorando os impactos do tarifaço dos EUA sobre o Brasil.
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