Sociedade

Morre último sobrevivente de povo indígena no Maranhão

A morte de Aurá marca o fim de uma trajetória de isolamento e resistência de um povo possivelmente extinto

Morre último sobrevivente de povo indígena no Maranhão
Morre último sobrevivente de povo indígena no Maranhão
Aurá, de 77 anos, último sobrevivente de um povo indígena que vivia no estado do Maranhão. Foto: Funai/Reprodução
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O último sobrevivente de um povo indígena que vivia no estado do Maranhão morreu no último sábado 20. Aurá, de 77 anos, sofria de insuficiência cardíaca e respiratória e faleceu no município de Zé Doca, de acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

A morte de Aurá marca o fim de uma trajetória de isolamento e resistência de um povo possivelmente extinto, segundo a instituição.

Aurá foi visto, pela primeira vez, em 1987, ao lado de seu irmão, Auré. Eles pertenciam a um grupo indígena que falava uma língua resultante do tupi-guarani. Os irmãos tiveram contato com outros povos indígenas, como os Parakanã, Assurini, Tembé e Awá-Guajá.

Apesar das tentativas de reintegração social e aproximação, eles rejeitaram a comunicação com outros povos.

Auré morreu em 2014. Aurá passou a viver sozinho na aldeia Cocal, na Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão.

Equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Maranhão, ligado ao Ministério da Saúde, e da Frente de Proteção Etnoambiental Awá, unidade da Funai especializada na proteção de indígenas isolados e de recente contato, acompanhavam o indígena.

Em nota, a Funai lamenta o falecimento de Aurá e “reforça o compromisso de seguir com o trabalho de proteção e valorização dos povos indígenas, especialmente aqueles em situação de isolamento voluntário ou de recente contato”.

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