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Caminhos da cura
Investimentos de 362 milhões de reais ampliam hospitais no Ceará e fortalecem cirurgias, diagnósticos e tratamento do câncer

No salão do Palácio da Abolição, médicos, gestores e autoridades se reuniram em uma manhã de sexta-feira para anunciar um passo que redesenha a saúde pública cearense. Um pacote de 362 milhões de reais em investimentos no setor, com o compromisso de ampliar a rede de alta complexidade, acelerar cirurgias, abrir novos leitos e garantir acesso a diagnósticos e tratamentos contra o câncer.
Os recursos são do governo do Estado e federal, que cobrirão desde a capital ao interior profundo, fortalecendo hospitais regionais e instituições filantrópicas. Seis unidades receberão recursos, numa estratégia que busca reduzir a concentração de serviços na capital e levar cuidado especializado a territórios antes distantes desse tipo de atendimento.
O movimento integra um projeto iniciado há mais de uma década, com a criação dos hospitais regionais. Agora, o esforço se intensifica. “O Ceará só tinha rede pública de alta complexidade em Fortaleza. Hoje já avançamos no Cariri, no Vale do Jaguaribe, em Sobral, em Quixeramobim. E seguimos com obras em Crateús, Baturité e, em breve, Iguatu”, afirmou o governador Elmano de Freitas, diante do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do ministro da Educação, Camilo Santana.

Fotos: Carlos Gibaja e Thiago Gaspar – Casa Civil.
O anúncio foi resultado de meses de trabalho conjunto entre técnicos do Governo do Ceará e do Ministério da Saúde, que percorreram hospitais do interior para definir prioridades e alinhar investimentos. Esse esforço, segundo a secretária da Saúde, Tânia Mara Coelho, permitirá fortalecer a regionalização e ampliar o alcance dos serviços.
Parte das medidas está vinculada ao programa Agora Tem Especialistas, criado para reduzir o tempo de espera em consultas e procedimentos especializados. A iniciativa viabiliza desde serviços de traumatologia em Acaraú até o custeio de milhares de cirurgias anuais. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esta é a maior mobilização já realizada no país para ampliar o acesso à medicina especializada.
Os investimentos também foram destacados pelo ministro da Educação, Camilo Santana, que apontou a importância do esforço conjunto entre União e Estado para garantir atendimento mais humano e digno aos cearenses.
Entre os hospitais contemplados, o Regional de Itapipoca terá expansão de serviços até 2026. Serão 85,6 milhões de reais da União, destinados a novas cirurgias, diagnósticos por imagem e outros atendimentos, além da compra de equipamentos. O governo estadual e a prefeitura também aportarão 31,8 milhões de reais para obras e mobiliário.
Em Sobral, o Hospital Regional Norte receberá 2,8 milhões de reais para aquisição de um novo tomógrafo, ampliando a oferta de exames de imagem a 55 municípios da região. A cidade também contará com investimentos na Santa Casa de Misericórdia: serão 7,3
milhões de reais para um novo acelerador linear, 8,8 milhões de reais em equipamentos de imagem e mais 17,5 milhões de reais para custeio. O governo cearense complementará com 12 milhões de reais.
No litoral norte, o Hospital de Traumatologia e Ortopedia de Acaraú passará a realizar mais de 3 mil procedimentos cirúrgicos por ano, em áreas gerais e ortopédicas. A unidade terá ainda dez leitos de UTI, oito de UCI e a ampliação de 29 para 100 leitos cirúrgicos. O investimento mensal será de 3,9 milhões de reais, via programa Agora Tem Especialistas.
Em Sobral, os novos equipamentos permitirão acelerar diagnósticos que hoje exigem meses de espera. O tomógrafo e a ressonância magnética, por exemplo, devem reduzir significativamente a fila para exames de imagem de alta complexidade, evitando que pacientes precisem se deslocar até Fortaleza. Já o novo acelerador linear representa um salto no tratamento oncológico, ao substituir uma máquina obsoleta por tecnologia mais moderna, capaz de ampliar o número de sessões e oferecer maior precisão terapêutica.
No caso de Acaraú, a abertura de leitos de UTI e UCI, aliada ao aumento expressivo da capacidade cirúrgica, diminuirá a dependência dos pacientes em relação a hospitais da capital. Para famílias que antes viajavam centenas de quilômetros em busca de atendimento, a mudança significa não apenas menos tempo de espera, mas também menos desgaste emocional e financeiro. A descentralização de procedimentos complexos fortalece a rede regional e dá mais segurança à população do litoral norte.
Essa descentralização alivia a pressão sobre Fortaleza, reduz o tempo de espera e melhora a qualidade de vida de pacientes que antes precisavam enfrentar longas viagens em busca de atendimento.
Em Crateús, a inauguração do novo Centro de Atendimento ao Câncer marca um avanço para toda a região dos Sertões de Crateús e Inhamuns. Com investimento de 24 milhões de reais para os próximos dois anos, a expectativa é de até 6 mil procedimentos oncológicos anuais. Isso representa mais acesso a consultas, quimioterapias e acompanhamento especializado em um território que, até então, dependia quase integralmente de Fortaleza para esse tipo de tratamento.
A proximidade do serviço encurta jornadas que antes levavam horas de estrada. Para pacientes em tratamento contínuo contra o câncer, a redução dessas viagens significa menos desgaste físico e emocional, além de mais tempo junto às famílias. A melhoria
também deve aliviar a sobrecarga da capital, distribuindo a demanda e tornando o cuidado mais ágil em todas as regiões. O futuro Hospital Regional de Crateús, em construção, ampliará ainda mais essa cobertura, com estrutura voltada à alta complexidade e atendimento multiprofissional.
No litoral oeste, o Hospital Regional de Itapipoca terá expansão prevista até 2026. Serão 85,6 milhões de reais da União para novas cirurgias, diagnósticos por imagem e atendimentos de maior complexidade, além de 8,1 milhões de reais destinados à compra de equipamentos. O Governo do Ceará e a prefeitura vão complementar com 31,8 milhões de reais para obras e mobiliário.
A ampliação deve reduzir a pressão sobre Fortaleza, já que pacientes de Itapipoca e municípios vizinhos terão acesso local a exames e procedimentos que antes exigiam viagens à capital. O impacto é duplo: diminui a superlotação em grandes hospitais e aproxima o cuidado das comunidades, criando uma rede mais equilibrada entre litoral, sertão e região metropolitana.
Os investimentos anunciados desenham um novo mapa de atendimento. Em vez de concentrar diagnósticos e cirurgias na capital, o Ceará optou por fortalecer polos regionais capazes de oferecer serviços complexos mais próximos das comunidades.
Essa descentralização alivia a pressão sobre Fortaleza, reduz o tempo de espera e melhora a qualidade de vida de pacientes que antes precisavam enfrentar longas viagens em busca de atendimento.
O movimento também reforça a lógica de que cada região deve contar com estrutura suficiente para responder às suas demandas mais urgentes. Ao ampliar hospitais, abrir leitos e investir em equipamentos modernos, o estado constrói uma rede mais integrada, na qual o cuidado especializado deixa de ser privilégio da capital e passa a ser parte do cotidiano das cidades do interior.
Mais que uma expansão física, o movimento representa um redesenho do acesso à saúde pública. É um caminho que conecta recursos e pessoas, garantindo que o direito ao tratamento chegue a quem precisa, onde quer que esteja.
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