Política
PT se reúne com Paulinho da Força e se prepara para barrar emenda pró-anistia
Após o encontro, Lindbergh Farias defendeu que Hugo Motta sequer paute o texto. Petistas temem impacto negativo na votação da nova faixa de isenção do IR


O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei para reduzir as penas de condenados por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro de 2023, se reuniu nesta quarta-feira 24 com a bancada do PT na Câmara. Após a agenda, Paulinho afirmou que seria possível votar o texto no plenário na próxima terça-feira 30.
Segundo o líder da bancada petista, Lindbergh Farias (RJ), a conversa foi “educada”, mas a posição do partido sobre o tema ficou clara: oposição a qualquer anistia ou mudança na duração das penas, em especial para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os militares participantes da trama golpista. O petista defendeu inclusive que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sequer paute o projeto para votação.
Lindbergh declarou que pautar o PL da Dosimetria pode atrapalhar a votação da isenção de Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais por mês, marcada para a próxima quarta-feira 1º.
“Se a gente tumultua colocando um tema como este [revisão de penas], a chance de não votar o Imposto de Renda é grande, até porque sabemos que, quando for discutida a revisão de penas, terá um destaque do PL, de anistia ampla, geral e irrestrita.”
Paulinho da Força disse, por sua vez, que ainda conversará com as bancadas de outros partidos e que acertará com Motta o calendário. Ele afirmou que uma eventual decisão de não votar o PL da Dosimetria pode inviabilizar a análise da nova faixa de isenção do IR.
Na terça-feira 23, a Comissão Executiva Nacional do PT divulgou uma resolução na qual se manifesta contra qualquer anistia ou redução de penas de golpistas. A legenda defende a “não aprovação de qualquer redução de pena para quem planejou golpe de Estado e tentativa de assassinato do presidente da República, vice-presidente e presidente do Tribunal Superior Eleitoral”.
“Esse debate torna-se totalmente fora de lugar nesse momento, e não está entre as prioridades do povo brasileiro”, sustenta o partido.
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