Política
As novas críticas de Lula ao comportamento de Trump com o Brasil
Presidente voltou a dizer que o Brasil estará pronto para negociar as tarifas, desde que os EUA estejam abertos ao diálogo


O presidente Lula (PT) classificou como “inaceitável” o comportamento de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de taxar e sancionar autoridades brasileiras. O brasileiro reforçou que o sistema judicial brasileiro e a condenação de Jair Bolsonaro (PL) não é uma justificativa a ofensiva contra o País.
Segundo Lula, o Brasil estará pronto para negociar as tarifas a qualquer momento, desde que os EUA estejam abertos ao diálogo. “Não tomo decisões com raiva. E no momento em que os Estados Unidos desejarem negociar, estaremos prontos para negociar”, disse à rede de televisão norte-americana PBS em uma entrevista divulgada nesta segunda-feira 22.
O presidente reforçou que o Brasil e os EUA sempre tiveram um relacionamento civilizado e que os dois líderes não precisam se gostar, mas devem se respeitar. “Como dois chefes de Estado, temos que nos respeitar, porque fomos eleitos democraticamente pelo povo dos nossos países para dar apoio a esses atores e ao governo”, afirmou.
Lula disse ainda que Trump escolheu ter um relacionamento com Bolsonaro e não com o povo brasileiro. “Um chefe de Estado precisa ter um relacionamento com outro chefe de Estado, independentemente de suas posições políticas”, criticou.
“Acredito que um País com tamanha grandeza e poder precisa ter muito mais responsabilidade. Queremos ter relações de igualdade com todos. Mas o que não aceitamos é que ninguém, ninguém, nenhum País do mundo interfira em nossa democracia e em nossa soberania”, completou.
As falas de Lula são em meio a uma nova onda de sanções dos EUA contra membros do governo e pessoas próximas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A esposa de Moraes, Viviane Barci, foi incluída nesta segunda-feira na lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky.
Moraes, em nota publicada na tarde desta segunda-feira, comentou a nova decisão do governo Trump. “A ilegal e lamentável aplicação da Lei Magnitsky à minha esposa, não só contrasta com a história dos Estados Unidos da América, de respeito à lei e aos direitos fundamentais, como também violenta o Direito Internacional, a Soberania do Brasil e a independência do Judiciário”, escreveu o ministro.
“As Instituições brasileiras são fortes e sólidas. O caminho é o respeito à Constituição, não havendo possibilidade constitucional de impunidade, omissão ou covarde apaziguamento”, completa o ministro.
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