Política

Prefeitura na Bahia expõe nomes de pessoas com HIV no Diário Oficial

O sigilo do diagnóstico de pessoas com o vírus HIV, hepatites crônicas e doenças como hanseníase ou tuberculose é garantido por lei desde 2022

Prefeitura na Bahia expõe nomes de pessoas com HIV no Diário Oficial
Prefeitura na Bahia expõe nomes de pessoas com HIV no Diário Oficial
Antirretroviral utilizado no tratamento de HIV/Aids. Brasília, 28/09/2016. Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
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A Prefeitura de Feira de Santana, cidade baiana a 115km de Salvador, divulgou no Diário Oficial deste sábado 20 uma lista com mais de 240 nomes de pessoas que vivem com HIV na cidade. O Ministério Público da Bahia anunciou vai instaurar procedimento para apurar o caso.

A gestão municipal publicou os nomes ao anunciar a suspensão do benefício de passe livre no transporte coletivo urbano. Além das pessoas com HIV, que tem o sigilo garantido por lei, também tiveram seus nomes expostos pacientes diagnosticados com fibromialgia e anemia falciforme.

O sigilo do diagnóstico de pessoas com o vírus HIV, hepatites crônicas e doenças como hanseníase ou tuberculose é garantido por lei desde 2022. O descumprimento da lei pode resultar em sanções previstas na Lei Geral de Proteção de Dados, que incluem advertência e multa.

Após a repercussão negativa, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) reconheceu o erro e afirmou que a divulgação dos nomes foi resultado de uma falha no sistema. A gestão do prefeito José Ronaldo (União Brasil) afirmou que abriu uma sindicância interna para investigar o vazamento de dados e deve publicar o resultado da investigação em 15 dias.

O vereador de Feira de Sanatana Jhonatas Monteiro (PSOL) criticou o vazamento e a decisão da gestão municipal de retirar o passe livre. “Importante não esquecer que o “vazamento” dos dados só se explica pela pressa, do governo municipal, em ‘se livrar’ do direito ao passe livre no transporte coletivo conquistado pelas pessoas com doença falciforme, fibromialgia e HIV/AIDS. Só abrir ‘sindicância’ não resolve isso”, disse.

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