Política

Brasil vive “momento extraordinário de democracia”, destaca Wagner Moura em ato em Salvador

Ao lado de Daniela Mercury, ator criticou o bolsonarismo e se contrapôs a visão de que o país é uma democracia frágil e ainda jovem

Brasil vive “momento extraordinário de democracia”, destaca Wagner Moura em ato em Salvador
Brasil vive “momento extraordinário de democracia”, destaca Wagner Moura em ato em Salvador
Wagner Moura participa de protesto contra PEC da blindagem e anistia aos golpistas em Salvador. Foto: Reprodução
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O ator Wagner Moura participa, neste domingo 21, de um ato em Salvador contra a PEC da blindagem e a anistia aos condenados pela tentativa de golpe de estado.  Ao lado de Daniela Mercury no trio elétrico, o ator subiu o tom contra o bolsonarismo em discurso.

“Sem anistia. Porque foi essa lei de anistia, essa antiga, foi por causa dela que a gente teve governo igual ao que tivemos com Bolsonaro. Isso não pode acontecer nunca a mais”, disse o ator aos manifestantes. “Hoje eu acordei com vontade de falar  só coisa boa, fiquei com preguiça de falar desse congresso, de lei de desmatamento, de lei da bandidagem, dessas coisas todas horríveis. Minha vontade é falar do momento extraordinário pelo qual passa a democracia brasileira, que é exemplo para o mundo todo. Nós sempre crescemos dizendo que a nossa democracia é frágil, jovem. Nossa democracia botou para lenhar”, destacou.

As manifestações ocorrem em mais de 40 cidades brasileiras contra a Proposta de Emenda à Constituição que amplia a imunidade dos parlamentares e um projeto de anistia que tramita no Congresso  e pode beneficiar  diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe.

Na terça-feira 16, a Câmara dos Deputados aprovou em votação-relâmpago a proposta conhecida como PEC da Blindagem, que exige que o Congresso autorize por meio de voto secreto qualquer acusação penal contra deputados e senadores. Para valer, a proposta ainda precisa do aval do Senado. Nas redes, a PEC foi rechaçada pelos eleitores, que apelidaram de ‘PEC da bandidagem’.

A indignação popular com o Congresso voltou crescer na noite da quarta-feira 17, quando foi aprovado tramitar com caráter de urgência um projeto para anistiar os bolsonaristas condenados pelo ataque de 8 de Janeiro. O texto também poderia incluir um perdão a Bolsonaro.

Ator é alvo de ataques

Na semana passada, Wagner Moura foi alvo do bolsonarismo em um ataque encabeçado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Nas redes, Gayer compartilhou uma entrevista em Wagner critica os Estados Unidos com a legenda acusando que o ator está “morando nos EUA e continua apoiando Moraes, atacando Trump e dizendo que os EUA agora é uma ditadura”.

“Acho que vale a pena dar uma olhadinha nesse extremista”, completou Gayer marcando ao fim da publicação o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

O movimento bolsonarista pelo cancelamento de visto e deportação de críticos ao governo de Trump não se restringiu a Wagner Moura. Outros parlamentares bolsonaristas, como Nikolas Ferreira (PL-MG) também usaram as redes sociais para solicitar que órgãos dos EUA cancelem os vistos de influenciadores como Whindersson Nunes e Pedro Certezas.

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