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Jornalista chinesa que documentou pandemia de covid em Wuhan é detida novamente

Zhang Zhan foi detida em agosto de 2024 por “informações falsas que provocam um grave prejuízo à imagem nacional”, informou a Repórteres Sem Fronteiras

Jornalista chinesa que documentou pandemia de covid em Wuhan é detida novamente
Jornalista chinesa que documentou pandemia de covid em Wuhan é detida novamente
A jornalista e advogada Zhang Zhan, pode enfrentar novo julgamento na China por cobrir a pandemia de Covid. Foto: AFP
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Uma jornalista chinesa que já havia sido detida por informar sobre a resposta das autoridades à pandemia de covid-19 foi condenada novamente, desta vez a quatro anos de prisão, segundo uma ONG.

Zhang Zhan, uma ex-advogada de 42 anos, foi detida em agosto de 2024 por “informações falsas que provocam um grave prejuízo à imagem nacional”, informou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Ela foi julgada na sexta-feira e condenada a quatro anos de prisão, segundo um comunicado da RSF. Uma mensagem publicada na rede social X por Jane Wang, uma ativista residente no Reino Unido que cita “fontes confiáveis”, apresenta informações similares.

Um funcionário do tribunal de Xangai se recusou a confirmar as informações.

Sete diplomatas que pediram para acompanhar o julgamento não foram autorizados.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China declarou não ter conhecimento da situação ao ser questionado sobre o assunto em uma entrevista coletiva na sexta-feira.

A jornalista foi detida “por ter informado sobre violações de direitos humanos por parte do regime chinês”, segundo a RSF.

Em 2020, Zhang Zhan documentou com vídeos, gravados com seu smartphone, a resposta chinesa à covid-19 em Wuhan, uma cidade no centro do país e epicentro da pandemia.

Ela denunciou que a política de saúde violava os direitos humanos.

Posteriormente detida, Zhan foi condenada no final do mesmo ano a quatro anos de prisão por “provocação de distúrbios”, a terminologia utilizada contra dissidentes, antes de ser libertada em maio de 2024.

Grupos de defesa dos direitos informaram em janeiro que Zhang Zhan havia iniciado uma greve de fome e estava sendo alimentada à força.

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