Cultura
Prêmio Jabuti homenageia a escritora Ana Maria Machado em 2025
Autora foi escolhida Personalidade Literária desta edição


A escritora Ana Maria Machado é a Personalidade Literária da 67ª edição do Prêmio Jabuti. A homenagem, anunciada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), é destinada a figuras fundamentais da literatura nacional, que contribuíram para o fortalecimento da cultura brasileira e a formação de gerações de leitores.
Autora de mais de 100 títulos publicados, entre romances, ensaios, contos e uma vasta produção infantojuvenil, ela é a sexta ocupante da Cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleita em 24 de abril de 2003. A escritora tem obras traduzidas em diversos idiomas e publicadas em mais de 20 países.
Ana Maria começou sua carreira como pintora, estudou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no MOMA de Nova York, e participou de exposições no país e no exterior. Formada em Letras pela então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, foi professora em escolas e faculdades, além de destacada atuação como jornalista.
Depois de ser presa em 1969 pela ditadura militar, a escritora deixou o país com destino à Europa. Lá, trabalhou como jornalista na revista Elle, em Paris, e na BBC de Londres, além de lecionar Língua Portuguesa na Sorbonne. Nesse período, fez pós-graduação em Paris e, sob a orientação de Roland Barthes, escreveu sua tese de doutorado sobre a obra de Guimarães Rosa.
No Brasil, como jornalista, trabalhou no Correio da Manhã, no Jornal do Brasil, O Globo, e colaborou com as revistas Realidade, IstoÉ e Veja e com os semanários O Pasquim, Opinião e Movimento. Além disso, durante quase duas décadas, foi uma das proprietárias da primeira livraria do país especializada em livros infantojuvenis, a Malasartes.
Ao longo da carreira, Ana Maria foi premiada no Brasil e no exterior. Venceu três edições do Prêmio Jabuti: em 1978, com História meio ao contrário (categoria Literatura Infantil); 1997, com Esta força estranha (categoria Infantojuvenil); 2000, com Fiz voar meu chapéu (categoria Infantojuvenil).
Além desses, foi agraciada com o Hans Christian Andersen (2000), considerado o “Nobel da literatura infantil”; o Prêmio Machado de Assis, da ABL (2001), pelo conjunto da obra; o Casa de las Américas (Cuba); o Prêmio Cultura RJ; o Ibero-Americano de Literatura Infantil e o Príncipe Claus (Holanda).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.