Economia

O almoço entre Lula e Motta em meio à pressão bolsonarista por anistia

O governo também vive uma semana decisiva para avançar com a nova faixa de isenção do Imposto de Renda

O almoço entre Lula e Motta em meio à pressão bolsonarista por anistia
O almoço entre Lula e Motta em meio à pressão bolsonarista por anistia
O deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, ao lado de Lula, presidente da República. Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
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O presidente Lula (PT) recebeu o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para um almoço no Palácio do Alvorada nesta segunda-feira 15. O encontro, que não constava da agenda do petista, teve o objetivo de discutir o andamento de pautas importantes para o governo, de acordo com interlocutores da dupla.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também esteve na reunião.

A agenda ocorre em uma semana decisiva para o Palácio do Planalto, que busca barrar o avanço da anistia e, ao mesmo tempo, votar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais. O governo também corre contra o tempo para aprovar a medida provisória que cria uma tarifa social de energia elétrica, cuja validade expira na próxima quarta-feira.

Motta tem sido pressionado a pautar um perdão amplo aos golpistas do 8 de Janeiro, o que beneficiaria Jair Bolsonaro (PL). Na última quinta-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou o ex-presidente pela tentativa frustada de anular as eleições de 2022 e manter-se no poder após a derrota para Lula. O chefe da Câmara, no entanto, resiste e tenta postergar ao máximo a votação.

Na semana passada, o paraibano evitou cravar uma data para apreciar o projeto do IR. Segundo Motta, a definição ocorrerá na reunião de líderes na manhã desta terça-feira 16. Aprovad0 em julho na comissão especial, o texto está pronto para ir plenário desde o início de agosto, mas a obstrução da oposição, com a ocupação do plenário e a defesa de outras matérias, acabou por adiar a votação.

Caso não haja consenso, uma saída para o Planalto pode vir do Senado. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, Renan Calheiros (MDB-AL), estuda pautar no colegiado uma proposta semelhante a fim de ampliar a faixa de isenção para quem recebe até 4.990 mil reais. Proposto pelo emedebista Eduardo Braga (AM), o texto prevê compensação fiscal por meio de tributação dos dividendos. Se aprovado, poderia “forçar” a Câmara a analisar o tema, uma das principais bandeiras de Lula.

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