Embaixada dos EUA no Brasil critica condenação de Bolsonaro: ‘Uso da lei como arma política’

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil criticou, na sexta-feira 12, a condenação do Supremo Tribunal Federal ao ex-presidente Jair Bolsonaro e demais integrantes da trama golpista.

O perfil oficial da embaixada na rede social X endossou publicações feitas pelo vice-secretário de Estado, Christopher Landau, para condenar a decisão do Judiciário brasileiro, com ataques diretos ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Em uma das publicações, Landau diz que os Estados Unidos ‘condena o uso da lei como arma política’. “Me dói ver o ministro Moraes desmantelar o Estado de Direito no país e arrastar as relações entre nossas  grandes nações para o ponto mais sombrio em dois séculos. Enquanto o Brasil deixar o destino dessa relação nas mãos do ministro Moraes, não vejo saída para esta crise”, completou, em um dos textos endossados pela embaixada.

Em outro post, o vice-secretário de estado disse que a decisão do STF é mais um capítulo de perseguição e censura praticado por Moraes. “Um violador de direitos humanos sancionado, que tem Bolsonaro e seus apoiadores como alvo. Encaramos esse sombrio desdobramento com a máxima seriedade”, completou Christopher Landau.

A manifestação vai ao encontro do posicionamento do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio que, após a condenação de Bolsonaro, afirmou que os Estados Unidos vão responder adequadamente ao que chamou de ‘caça às bruxas’. O governo brasileiro reagiu às ameaças via Itamaraty que, em nota, disse que a democracia brasileira não se intimidará com”agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”.

Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão. Outros sete réus da mesma ação penal também foram sentenciados a penas que chegam a 26 anos de detenção, além de multa e perda de mandato e funções.