Economia
Queda no preço dos alimentos vai permanecer nos próximos meses, projeta ministro
O Brasil registrou deflação em agosto, um resultado puxado, segundo o IBGE, pelo alívio nos valores cobrados em itens da cesta básica


O orçamento das famílias brasileiras teve um alívio no mês de agosto, conforme indicam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira 10. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, celebrou a deflação de 0,11% e destacou o papel do arroz nos resultados.
“Digamos que o carro-chefe dessa deflação é o arroz. Quem pagava no ano passado, nessa época, 5 quilos de arroz a 30, 27, 28 reais, hoje está pagando 15, 16, 17, 18 reais”, afirmou.
Ele projetou, na conversa, que a queda do arroz [-2,61%] e outros itens importantes da cesta básica será mantida nos próximos meses. Teixeira negou, também, que o resultado tenha alguma relação com as tarifas impostas por Donald Trump, presidente dos EUA, a produtos brasileiros.
“Isso não tem nada a ver com o tarifaço. O tarifaço foi anterior, foi em junho que começou a deflação de alimentos e vai continuar essa tendência, com o governo atuando”, destacou. “O presidente Lula tem o tema do controle da inflação como uma das suas preocupações maiores”, reforçou o ministro.
Além do arroz, outros produtos importantes na mesa do consumidor apresentaram redução de preços em agosto: o tomate caiu 13,39%; a batata-inglesa, 8,59%; a cebola teve queda de 8,69%; e o café moído recuou 2,17%. Para o ministro, os índices são resultados do Plano Safra.
“Nós temos pelo terceiro ano, e será anunciada nesta quinta-feira, recorde de safra. Foi [assim] em 2023, em 2024 e bateremos também este ano. Pelo terceiro ano também, temos recordes do Plano Safra e no investimento na agricultura”, destacou.
Os combustíveis, ainda segundo o IBGE, tiveram papel importante na deflação. A gasolina, no mês, teve queda de 0,94%, o etanol recuou 0,82% e o gás veicular, 1,27%.
Esse é o primeiro índice negativo desde agosto de 2024 e o mais expressivo desde setembro de 2022. No acumulado de 2025, a inflação está em 3,15% e, em 12 meses, em 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados nos 12 meses anteriores.
(Com informações de Agência Brasil)
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