Mundo
Presidente de Israel vai a Londres para protestar contra o reconhecimento do Estado palestino
Isaac Herzog e Keir Starmer apertaram as mãos diante dos fotógrafos e das câmeras em Downing Street sem trocar sorrisos


O presidente de Israel, Isaac Herzog, reuniu-se nesta quarta-feira 10 em Londres com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para protestar contra a intenção do governo do Reino Unido de reconhecer o Estado da Palestina e contra as sanções ao seu país.
Ambos os líderes apertaram as mãos diante dos fotógrafos e das câmeras em Downing Street sem trocar sorrisos.
Keir Starmer e Isaac Herzog, em Londres, em 10 de setembro de 2025. Foto: Toby Shepheard/AFP
Herzog vai “ressaltar que qualquer iniciativa para reconhecer um Estado palestino neste momento equivaleria a recompensar o terrorismo e poderia colocar em risco os esforços para alcançar a libertação dos reféns e pôr fim à guerra”, indicaram os serviços do presidente israelense antes do encontro, denunciando também “uma horrível onda de antissemitismo” no Reino Unido.
Keir Starmer condenou os ataques realizados na terça-feira por Israel em Doha, que tinham como alvo as autoridades do Hamas, classificando-os como uma “violação da soberania do Catar”, e indicou que deixaria isso “com a maior clareza” para o presidente israelense.
“Também serei muito claro sobre o fato de que as restrições à ajuda humanitária devem ser suspensas, que a ofensiva em Gaza deve cessar e que a construção de assentamentos deve ser interrompida”, declarou anteriormente o líder trabalhista, perante o Parlamento britânico, ressaltando a importância de uma solução diplomática, como “a única maneira de libertar os reféns” israelenses detidos pelo Hamas.
Keir Starmer anunciou no final de julho que seu país reconheceria em setembro o Estado da Palestina, a menos que Israel assumisse uma série de compromissos, entre eles um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Reconhecer um Estado palestino não é simbólico, diz ministra de Autoridade Palestina
Por AFP
Israel ameaça atacar inimigos em qualquer lugar após ação militar no Catar
Por AFP
Chefe da Comissão Europeia propõe sanções contra ministros extremistas de Israel
Por AFP