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Serena Williams vira garota-propaganda de canetas emagrecedoras

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Serena Williams se tornou garota-propaganda de caneta emagrecedora
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Até hoje, sempre que você pensava em conteúdo ou campanhas de canetas emagrecedoras, a imagem usada pelos laboratórios era de adultos com sobrepeso ou obesos. A empresa de telemedicina norte-americana RO mudou de direção. Contratou Serena Williams, que ganhou 23 Grand Slams, como a nova imagem desses produtos. A campanha publicitária menciona o resultado que a atleta obteve com o medicamento. “Depois de dois filhos, é o remédio que eu precisava”, diz o texto. Se fosse feita pelo fabricante, a comunicação teria de se sujeitar a uma série de regras. Ao ser criada e veiculada pela empresa de medicina ­online, as restrições são menores.

Utilizar a imagem de uma atleta vencedora é a novidade. Cria um ambiente para normalizar o uso das canetas emagrecedoras. A tenista teria perdido 14 quilos após as gestações. Mas uma atleta poderia reverter a situação com maior facilidade do que um cidadão comum. Se até ela usa, porque nós, preguiçosos ou esportistas de fim de semana, não podemos? O argumento explode como um alento para a maioria.

A utilização das canetas emagrecedoras com fins estéticos atende a um desejo de emagrecimento rápido e sem esforço. Uma combinação atraente e grande negócio. Criada em 2017, a RO tem uma estratégia de crescimento agressiva, baseada em ações e marketing de grande impacto. Lançou medicamentos para disfunção erétil, atuou fortemente durante a Covid–19 e, detalhe, Alexis Ohanian, marido da tenista, integra o conselho e investe na RO.

Novo timoneiro

Depois do maremoto que fez com que uma série de executivos e o valor do negócio encontrassem o fundo do mar, a Americanas definiu um novo timoneiro. Fernando Dias Soares foi escolhido pelo conselho da varejista para seguir com as estratégias de recuperação financeira e da credibilidade do negócio.

Soares acumula experiências importantes. Foi presidente da Dominos’s ­Pizza e fez carreira como executivo da ­­AB–InBev, dirigindo a área de bebidas não alcoólicas no Brasil e também no México, Colômbia e Peru. A experiência com não alcoólicos deve servir para colocar a varejista numa rota de busca por eficiência, gestão de centavos e agressividade no cumprimento de metas, atividades essenciais nesse segmento de bebidas.

Carro na Amazon

A Hertz, uma das maiores competidoras globais no mercado de locação de veículos, iniciou uma jornada que poderá mexer com o mercado de carros usados. A empresa fechou um acordo com a Amazon, nos EUA, e passará a vender carros usados pela plataforma de marketplace.

A operação de venda será feita integralmente na plataforma e a retirada do veículo acontecerá em lojas espalhadas pelo país. A Amazon, desde o fim de 2024, testa o modelo com a Hyundai, mas para veículos novos. Não existe até agora nenhuma previsão do modelo no Brasil. Aqui o rival será o Mercado Livre, que tem se firmado nesse mercado e publica anúncios, inclusive de montadoras, e plataformas como OLX e a Webmotors.

IA dos sonhos

A Inteligência Artificial tira o sono de muita gente, mas a Eight Sleep aposta em um efeito contrário. Criada há 11 anos, a empresa levantou, em uma rodada de investimentos, cerca de 100 milhões de dólares para ampliar os negócios de roupas de cama inteligentes. Um dos produtos é uma capa de colchão com recursos tecnológicos. O produto monitora e acompanha a saúde durante o sono. Pode aquecer ou esfriar de acordo com as variações do ambiente. Também tem alarmes vibratórios e sonoros, alto-falante e outros atrativos.

O preço pode tirar o sono de alguns: 5 mil dólares, em torno de 27 mil reais. E ainda é preciso pagar por um aplicativo que armazena os dados e usa a IA para estabelecer os parâmetros de saúde do sono. O produto tem muitos endinheirados como clientes, mas a empresa busca criar outros gadgets para os aficionados. Já é possível comprar um cobertor da marca por “apenas” 5,4 mil reais.

Mais uma

Jetour. Esta é a marca chinesa que vai chegar ao mercado brasileiro no início do próximo ano, pelas mãos da Chery. Os dois primeiros modelos serão o T1 e o T2. No estilo que consagrou a marca, são crossovers e SUVs robustos, com design inspirado em veículos ingleses da Land Rover. A marca nasceu em 2018 e vendeu, em 2024, cerca de 600 mil veículos na China, Sudeste Asiático e Oriente Médio. No Brasil, a expectativa é concorrer com outras montadoras chinesas, especialmente a GWM e a BYD. •

Publicado na edição n° 1377 de CartaCapital, em 03 de setembro de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Match point’

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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