Cartas Capitais

Porcos, brutos e malvados
Bolsonaro nunca teve empresa. Seus únicos proventos, supostamente, vêm da aposentadoria como capitão do Exército, ex-deputado federal e ex-presidente da República. Todavia, opera o “milagre” de movimentar 30 milhões de reais em apenas 12 meses. Qual é o segredo para tão exuberante façanha?
Sylvio Belém

Os verdadeiros patriotas defendem o povo, a democracia e o Judiciário. Enquanto a extrema-direita e seus aliados tentam submeter o Brasil a chantagens internacionais, nós reafirmamos: o Brasil é soberano e não se curva a nenhum autoritarismo! Bolsonaro atiça Trump para se livrar da cadeia, ataca todos os poderes e ultrapassa todos os limites para tirar proveito próprio. Lula é o maior estadista do Sul Global. Alguém avisa ao Trump que ele se meteu com um nordestino. Quem se cria à base de macaxeira não se deita pra orange!
Claudio Carvalho

Finalmente, a turma descobre que conspirar contra o próprio país é crime: “Que Show da Xuxa é esse?”
Leila Santos

O espólio do bolsonarismo
O clã Bolsonaro se vê desesperado diante da iminente condenação e prisão do patriarca. Paira a desconfiança sobre os “aliados de plantão”, que se engalfinham numa guerra fratricida para definir quem será o herdeiro político e eleitoral de Jair. É curioso imaginar a fragmentação da direita sem um líder carismático como ele. No passado, o País teve figuras como Paulo Maluf, Jânio Quadros e Adhemar de Barros, todos histriônicos e pertencentes ao campo conservador, mas nenhum tão identificado com o aspecto bizarro quanto Bolsonaro.
Paulo Sérgio Cordeiro Santos

Herança maldita
É natural que, mesmo sob o governo Lula, a política antigênero bolsonarista persista. Isso acontece porque ela não nasceu com Bolsonaro, mas está enraizada há décadas em uma lógica de manipulação semiótica da linguagem religiosa. Líderes religiosos e políticos sempre mobilizaram fiéis em torno de metáforas bélicas e morais: “guerra espiritual”, “defesa da família”, “exército de Deus contra o Mal”. O resultado é que quem discorda não é tratado como adversário político, mas como inimigo de Deus, apagando a racionalidade do debate público. Esse é o efeito perverso da manipulação religiosa na política: transformar fé em arma de exclusão e perpetuar políticas de violência simbólica e material.
Jefferson Acácio

O soneto da emenda
O objetivo de muitos deputados nunca foi atuar em prol da população, e sim em benefício próprio. Como o mandato dura apenas quatro anos, eles procuram aproveitá-lo ao máximo para satisfazer seus interesses. Se eventualmente conseguem se reeleger, passam oito anos legislando em causa própria – quase uma década perdida para a sociedade.
Adriano Salvador