Do Micro Ao Macro
Dois em cada três brasileiros não teriam como se sustentar após demissão, aponta pesquisa
Levantamento da fintech meutudo revela desconhecimento sobre seguro renda CLT e baixa cultura de planejamento financeiro
Uma pesquisa realizada pela fintech meutudo mostra que 67% dos brasileiros não conseguiriam se manter financeiramente em caso de demissão.
O estudo, feito entre 1º e 5 de agosto com 4.827 participantes, revela ainda que a maioria desconhece alternativas de proteção disponíveis no mercado.
O levantamento apontou que 53% dos entrevistados não sabem o que é o seguro renda CLT, mecanismo que garante renda temporária em caso de desligamento. Outros 20% já ouviram falar, mas não entendem como funciona. Apenas 33% conhecem o recurso e sua finalidade.
Para Marcio Feitoza, CEO da meutudo, a falta de informação aumenta a vulnerabilidade dos trabalhadores.
“Essa falta de informação deixa muitos trabalhadores vulneráveis a imprevistos. Quanto mais o trabalhador conhece as alternativas disponíveis, melhor preparado estará para enfrentar períodos sem renda”, afirma.
Reserva de emergência insuficiente
Os dados também revelam fragilidade na construção de reservas financeiras. Apenas 8% têm recursos para se manter por um mês, enquanto 25% conseguiriam manter o padrão de vida por até seis meses. A maioria, portanto, depende do salário mensal para cobrir despesas básicas.
Planejamento para imprevistos ainda é raro
Segundo a pesquisa, 54% nunca pensaram em se preparar para situações como invalidez, afastamento prolongado ou perda de renda. Apenas 32% afirmam ter algum tipo de planejamento, enquanto 14% dizem se organizar parcialmente, mas reconhecem que poderiam melhorar.
Feitoza ressalta que a vulnerabilidade é ampla: “Dois em cada três brasileiros estão vulneráveis a um imprevisto. Mais do que poupar, é fundamental diversificar as estratégias de proteção, incluindo seguros, investimentos e outras soluções adaptadas à realidade de cada pessoa.”
Esse cenário evidencia a necessidade de ampliar a educação financeira e o acesso a ferramentas de proteção de renda, capazes de reduzir riscos e oferecer mais segurança às famílias brasileiras em momentos de instabilidade.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.



