Política
‘Falando pela boca aquilo que devia sair por outro lugar’: a resposta de Mauro Mendes a Carlos Bolsonaro
Falas são após o vereador afirmar que governadores da direita ‘se comportam como ratos’ e que tentam herdar o espólio do pai de forma ‘oportunista’


O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), afirmou estar de “saco cheio” da polarização política no Brasil em meio à indefinição da direita sobre 2026. A declaração foi dada nesta quinta-feira 21, dias após o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmar que chefes do Executivo se comportam como “ratos” por flertarem com uma candidatura à Presidência.
Questionado por jornalistas durante um evento em Cuiabá, o político afirmou que a fala de Carlos foi “destemperada”. “Ele deve estar, assim, sentindo ferido, magoado, e falando pela boca aquilo que devia sair por outro lugar. Acho que é muito ruim esse tipo de ataque, isso não ajuda na solução de nenhum problema”, afirmou. “Isso não contribui com a sociedade, a polarização está sendo muito ruim. Eu estou de saco cheio, com o perdão da palavra, dessa polarização”.
Para o governador matogrossense, a discussão sobre lealdade ou não a Bolsonaro é “inútil”. “Tem virtude na direita, tem virtude na esquerda, tem virtude no centro. E tem muita gente que não presta na direita, na esquerda e no centro. Nós temos que fazer uma discussão sobre os problemas do Brasil e as soluções que queremos. Esse tipo de ataque não conspira para nenhuma solução”.
No domingo, um dia após Romeu Zema (Novo-MG) lançar-se na corrida pela Presidência da República, o vereador disse que governadores da direita “se comportam como ratos” e que tentam herdar o espólio do pai de forma “oportunista”.
Sem citar nomes, Carlos criticou a falta de compromisso com pautas do bolsonarismo, como a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. “Estão preocupados apenas com seus projetos pessoais e com o que o mercado manda. Isso é desumano, sujo, oportunista e canalha”, escreveu o vereador em publicação no X, posteriormente compartilhada pelo irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP).
O ex-presidente está inelegível até 2030 por disseminar mentiras sobre as urnas eletrônicas. Atualmente, cumpre prisão domiciliar por ordem do Supremo Tribunal Federal e está às vésperas de ir à julgamento pela tentativa de golpe.
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