Mundo

EUA aceitam pedido de consulta com Brasil na OMC para negociar tarifaço

O governo norte-americano, entretanto, rejeitou derrubar tarifas, justificando que as decisões de Trump são ‘relativas à segurança nacional’

EUA aceitam pedido de consulta com Brasil na OMC para negociar tarifaço
EUA aceitam pedido de consulta com Brasil na OMC para negociar tarifaço
Os presidentes Lula e Donald Trump. Fotos: Christophe Petit Tensson e Andrew Harnik/AFP
Apoie Siga-nos no

Os Estados Unidos aceitaram, nesta segunda-feira 18, o pedido do Brasil de consultas ação contra o tarifaço na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas afirmaram que as decisões do governo de Donald Trump são “relativas à segurança nacional” e não podem ser revolvidas no órgão de comércio.

No documento protocolado na ação do Brasil na OMC, o governo norte-americano voltou a afirmar que a ofensiva comercial é necessária após “práticas e ações recentes do governo do Brasil que minam o Estado de Direito e ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos”.

Segundo a manifestação, questões de segurança nacional são questões políticas e “não suscetíveis de revisão ou de resolução pela solução de controvérsias da OMC”. Apesar de rejeitar uma suspensão das tarifas, o governo Trump concordou com um diálogo sobre o tema.

“Sem prejuízo dessa avaliação [de segurança nacional], os EUA aceitam o pedido do Brasil para entrar em consultas. Estamos prontos para ter discussões com autoridades da missão em uma data mutuamente conveniente para as consultas”, diz a carta.

Esta etapa funciona como uma tentativa de mediação: o Brasil solicita explicações ao governo norte-americano e ambos os países têm prazo para buscar uma solução negociada.

Caso não haja entendimento, Brasília poderá requerer a abertura de um painel na OMC, espécie de tribunal internacional responsável por avaliar possíveis violações às regras do comércio global e expedir medidas corretivas.

O governo Lula (PT) acionou a OMC com a justificativa de que o tarifaço de 10% e a sobretaxa de 40% determinada em julho violavam regras da organização, já que o País não teria justificativas comerciais para aplicar as tarifas. A gestão Trump usou como principal argumento para as tarifas a ação no Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo