Política
Após 5 horas, Bolsonaro é liberado de hospital; exames apontaram infecção e quadro de gastrite
Preso domiciliarmente, o ex-presidente realizou uma bateria de exames neste sábado após autorização do STF


Preso domiciliarmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou sua residência neste sábado 16 para realizar exames médicos em Brasília. Ele foi liberado às 13h58. Em nota, o Hospital DF Star afirmou que os procedimentos “evidenciaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas a episódios de broncoaspiração”.
“A endoscopia mostrou persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa, porém com a necessidade de tratamento medicamentoso contínuo. Deverá seguir com o tratamento da hipertensão arterial, do quadro de refluxo e medidas preventivas de broncoaspiração“, acrescenta o comunicado à imprensa.
O boletim médico é assinado por Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica do DF Star; o cardiologista Leandro Echenique; e os diretores do hospital Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges.
Os advogados de Bolsonaro pediram autorização ao Supremo Tribunal Federal após o médico dele solicitar a realização de nove procedimentos, incluindo coleta de sangue e urina, endoscopia e ultrassonografia de próstata. Sua saída foi avalizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que cobrou a apresentação de atestado de comparecimento do ex-presidente após a consulta.
Partiu do magistrado a decisão que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente. O ministro do STF considerou que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas no final de junho, quando foi proibido de acessar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
A ação do golpe, na qual o ex-capitão e aliados são réus pela articulação para se manter no poder em 2022, começará a ser julgada em 2 de setembro, na Primeira Turma do STF.
O ex-presidente saiu do hospital diretamente para a sua residência no Condomínio Solar de Brasília. A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal acompanhou o deslocamento para certificar que não houve descumprimento de medida cautelar.
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