Do Micro Ao Macro

Participação de mulheres negras cresce no mercado de trabalho, mas desafios persistem

Estudo aponta avanço de 18,2% na presença feminina negra, enquanto injúrias raciais e microagressões seguem no ambiente profissional

Participação de mulheres negras cresce no mercado de trabalho, mas desafios persistem
Participação de mulheres negras cresce no mercado de trabalho, mas desafios persistem
Thainá Pitta, executiva de atendimento e relações-públicas, atua em projetos ligados a diversidade e construção de narrativas autênticas
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Dados do “3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios” mostram que, no Brasil, o número de mulheres negras no mercado de trabalho subiu de 3,2 milhões para 3,8 milhões, alta de 18,2%. O levantamento foi divulgado pelo Governo Federal.

Apesar desse avanço, estudo da Universidade de Essex, intitulado Walking a tightrope without a safety net, assinado por Ruth Pombi, revela que mulheres negras ainda enfrentam dificuldades para manter autoridade em cargos de liderança, sendo alvo de injúrias raciais e microagressões.

Reconhecimento histórico e contemporâneo

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) homenageou 16 mulheres negras que se destacaram em diferentes áreas, como Katherine Johnson, matemática da NASA; Mae Jemison, astronauta; Bernice Johnson Reagon, musicista; e Alexa Canady, primeira neurocirurgiã negra nos Estados Unidos.

Seguindo essa linha de representatividade, Thainá Pitta, executiva de atendimento e relações-públicas, atua em projetos ligados a diversidade e construção de narrativas autênticas. Seu portfólio inclui trabalhos para o Pacto Global da ONU, The Town, Afropunk, Prêmio da Música Brasileira e participações recentes no Rio Innovation Week e Rio2C.

Desafios no ambiente corporativo

Thainá defende que empresas ampliem as oportunidades para mulheres negras e apliquem sanções contra práticas de injúria racial. Ela cita referências como Patricia Stephens, Nikki Giovanni, Antonieta de Barros, Tereza de Benguela e Ruth de Souza como inspiração e reforça que o aumento da participação no mercado precisa estar acompanhado de compromissos concretos por ambientes mais equitativos.

Representatividade em tecnologia e inovação

Segundo o Institute for Women’s Policy Research, mulheres negras representam apenas 7,7% das ocupações profissionais e somam 8 milhões de trabalhadoras em um universo de 120 milhões de pessoas empregadas. Para Thainá, romper a marginalização é essencial, principalmente em setores criativos e tecnológicos.

Ela destaca que eventos como o Rio Innovation Week, de 12 a 15 de agosto, funcionam como espaços de visibilidade e troca para profissionais que moldam o futuro da comunicação e do trabalho. Na avaliação da especialista, a presença negra nesses eventos deve ser contínua e integrada à estrutura que reconheça e valorize sua contribuição para o desenvolvimento do país.

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