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Novo aciona STF e pede investigação contra assessora de Moraes
A denúncia se apoia em mensagens vazadas — apelidadas de ‘Vaza Toga’ – que vieram à tona em agosto de 2024


O partido Novo protocolou nesta sexta-feira 15 junto ao Supremo Tribunal Federal um pedido formal para abertura de processo administrativo disciplinar contra Cristina Yukiko Kusahara Gomes, chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A legenda acusa a servidora de atuar de forma ilegal e inconstitucional ao transformar a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, vinculada ao Tribunal Superior Eleitoral, em uma espécie de “órgão de persecução penal” sem competência legal. O documento descreve uma atuação paralela e vazada de inteligência que teria respaldado ações no Inquérito das Fake News e nos processos relacionados aos ataques de 8 de Janeiro.
A denúncia se apoia em mensagens vazadas — apelidadas de “Vaza Toga” – que vieram à tona em agosto de 2024, quando a Folha de S.Paulo publicou diálogos atribuídos a assessores do tribunal. Os registros sugerem que Moraes orientava informalmente a produção de relatórios – sem formalidade ou autorização judicial – para fundamentar decisões como quebras de sigilo e bloqueios.
A repercussão levou à abertura de um inquérito sigiloso por parte de Moraes para apurar a autenticidade dos vazamentos, e até mesmo ao indiciamento de um ex-assessor pela PF por violação de sigilo funcional.
No pedido encaminhado ao STF, o Novo sustenta que Kusahara liderou a operação, promovendo ingerência sobre servidores do TSE e até infiltração em grupos privados de WhatsApp e Telegram para obter dados sem autorização judicial. A sigla alega que essas práticas violam uma norma que proíbe o uso indevido do cargo e impõe deveres funcionais ao servidor público, e culmina com o pedido de demissão de Kusahara ao final do processo disciplinar.
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