Mundo
ONU: ao menos 1.760 pessoas morreram enquanto buscavam ajuda em Gaza
O balanço das Nações Unidas compreende o período entre maio e agosto


Ao menos 1.760 palestinos morreram desde o final de maio na Faixa de Gaza, a maioria por disparos do Exército israelense enquanto buscavam ajuda humanitária, afirmou nesta sexta-feira 15 o Escritório de Direitos Humanos da ONU para este território palestino.
Entre 27 de maio e 13 de agosto, este departamento “registrou ao menos 1.760 palestinos mortos enquanto buscavam ajuda: 994 perto dos locais da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, apoiada pelos Estados Unidos e Israel) e 766 ao longo das rotas dos comboios de abastecimento”, indica um comunicado.
“A maioria das mortes foi causada pelo Exército israelense”, estima a agência da ONU, que em 1º de agosto havia informado 1.373 mortos.
Especialistas respaldados pela ONU advertiram sobre a fome generalizada neste território, onde Israel reduziu drasticamente a quantidade de ajuda humanitária que permite entrar.
O novo balanço foi anunciado ao mesmo tempo em que a Defesa Civil de Gaza afirmou que pelo menos 23 pessoas morreram nesta sexta-feira devido a disparos israelenses, entre elas 12 que aguardavam ajuda humanitária.
Perguntado pela AFP, o Exército israelense respondeu que estava investigando os informes.
As restrições aos veículos de comunicação em Gaza e as dificuldades para acessar amplas zonas do território impedem a AFP de verificar de forma mais independente o número de vítimas e os detalhes proporcionados pela agência de defesa civil e o Exército israelense.
Os planos do governo israelense de ampliar a guerra tem provocado um protesto internacional, assim como uma oposição interna.
O Exército tem a intenção de tomar o controle da Cidade de Gaza e os campos de refugiados próximos, algumas das zonas mais densamente povoadas do território, devastado por mais de 22 meses de conflito.
Nos últimos dias, os residentes da Cidade de Gaza informaram à AFP sobre bombardeios mais frequentes contra zonas residenciais.
O ataque do Hamas em outubro de 2023, que desencadeou a guerra, causou a morte de 1.219 pessoas, segundo uma contagem da AFP com base em números oficiais.
A ofensiva de Israel causou a morte de pelo menos 61.776 palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Israel, Hamas e a disputa sobre quem é civil em Gaza
Por João Paulo Charleaux
Exército de Israel anuncia aprovação de plano de Netanyahu para nova ofensiva em Gaza
Por AFP
Ministro de Israel anuncia plano para acelerar colonização da Cisjordânia
Por AFP
Sinal verde
Por Arturo Hartmann