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Ganância e perversão

Nesta semana, o site de CartaCapital deu amplo destaque ao vídeo publicado pelo youtuber Felipe Bressanim, o Felca, sobre a ADULTIZAÇÃO e SEXUALIZAÇÃO de crianças e adolescentes na internet. O minidocumentário, chocante, critica com veemência as plataformas digitais por divulgar e monetizar vídeos em que […]

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Ganância e perversão
Motta cogita pautar a anistia. Felca embala o debate da regulação das redes. E Milei entra na mira de relatores da ONU – Imagem: Juan Mabromata/AFP, Paulo Pinto/Agência Brasil e Zeca Ribeiro/Agência Câmara
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Nesta semana, o site de CartaCapital deu amplo destaque ao vídeo publicado pelo youtuber Felipe Bressanim, o Felca, sobre a ADULTIZAÇÃO e SEXUALIZAÇÃO de crianças e adolescentes na internet. O minidocumentário, chocante, critica com veemência as plataformas digitais por divulgar e monetizar vídeos em que menores incorporam o papel de coachs em programas de entrevistas, mães expõem seus filhos a situações constrangedoras e influenciadores digitais, como Hytalo Santos, exploram a imagem de meninos e meninas em contextos erotizados – um prato cheio para pedófilos e predadores sexuais.

A denúncia de Felca é um alerta sobre a importância de punir não apenas quem produz esse tipo de material, mas também quem o consome, divulga e financia. Com dezenas de milhões de visualizações, o vídeo criou o ambiente propício para que o governo e o Congresso retomem, em caráter de urgência, a discussão sobre a regulação das BIG TECHS. Já foram apresentados mais de 30 novos Projetos de Lei com foco no endurecimento das regras de proteção ao público infantil. No Senado, há um pedido formal para a abertura de uma CPI destinada a investigar a exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais.

Na reportagem de capa, André Barrocal conta os detalhes do acordo que encerrou o motim da extrema-direita no Congresso. Negociado nas sombras por bolsonaristas e líderes do “Centrão”, o pacto prevê uma troca de apoio em duas pautas: anistia aos golpistas e fim do foro privilegiado de parlamentares.

A ANISTIA interessa, por motivos óbvios, a Bolsonaro e seus comparsas. Já o fim do foro privilegiado convém a deputados e senadores investigados por desvios de emendas parlamentares. Com a mudança, os processos passariam a ser conduzidos por juízes de primeira instância, o que ampliaria as possibilidades de recursos e, de quebra, reduziria o poder do Supremo Tribunal Federal sobre os congressistas. Agora é aguardar se Hugo Motta levará adiante a pauta desse acordo para votação. Sem pressão social o risco é real.

Enquanto isso, uma megaoperação coordenada pelo governo federal levou à prisão de quase 400 assassinos e agressores de mulheres. A iniciativa busca conter a escalada de FEMINICÍDIOS no Brasil, que cresce desde 2020, na contramão da tendência de redução das mortes violentas em geral. Na reportagem de Fabíola Mendonça, especialistas explicam as causas do fenômeno e por que a repressão, isoladamente, não basta para reverter esse cenário desolador.

Ainda nesta edição, Jamil Chade revela o conteúdo de uma carta assinada por relatores da ONU, na qual o governo do ultradireitista JAVIER MILEI é acusado de sitiar a Argentina e sufocar protestos contra suas políticas. O documento, obtido com exclusividade por CartaCapital, denuncia “grave deterioração das liberdades fundamentais e do espaço cívico” no país desde a posse do presidente que se autointitula “libertário”.

Boa leitura!

Publicado na edição n° 1375 de CartaCapital, em 20 de agosto de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Ganância e perversão’

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