Economia

Lula diz que não recuou da ideia de uma moeda própria do Brics

O presidente defendeu a necessidade de unificar interesses do Sul global

Lula diz que não recuou da ideia de uma moeda própria do Brics
Lula diz que não recuou da ideia de uma moeda própria do Brics
Lula e Donald Trump. Fotos: Ricardo Stuckert/PR e Jim Watson/AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça 12 que não recuou da ideia de uma moeda para os países que integram o Brics.

“É preciso testá-la. Se testar e fracassar, eu estava errado. Mas eu acho que é preciso alguém me convencer de que eu estou errado”, afirmou Lula em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews.

O presidente ressaltou que o bloco representa um sucesso para o Brasil e que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode estar com “um pouco de ciúmes da participação do Brasil no Brics”.

Ele defendeu o bloco sobre a necessidade de unificar interesses de países do Sul global para que possam dialogar. “E tentar utilizar a sua similaridade (de interesses)”.

Lula defendeu que o Brics representa metade da humanidade e um terço do PIB mundial. O bloco é formado por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Dólar

Lula afirmou que não sabe dizer, entretanto, se a taxação do governo americano sobre os produtos brasileiros tem relação direta com o Brics.

“Nós não podemos ficar dependendo do dólar, que é uma moeda de um único país, que foi assumida como moeda do mundo.”

Ele questionou a possibilidade de negociar com os países em suas moedas. “O dólar é uma moeda importante, mas nós podemos discutir no Brics a necessidade de uma moeda de comércio entre nós.”

Lula voltou a afirmar que defende o multilateralismo nas relações entre os países. “O multilateralismo é o que permitiu que a gente tivesse um certo equilíbrio nas negociações comerciais entre os Estados. A não predominância de um Estado maior sobre um Estado menor.”

Encontro em setembro

O presidente Lula lembrou na entrevista que abrirá, em 23 de setembro, a Assembleia-Geral da ONU e que não sabe se haverá conversa com Trump. “Vou defender a nossa soberania e a questão ambiental”, disse.

Lula criticou o não cumprimento do Protocolo de Quioto e a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. “Eu mandei uma carta para ele nesta semana, convidando para a COP”. Lula não recebeu um retorno da carta.

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