Mundo
Israel terá greve geral para pedir a libertação de reféns
O tema tem ampliado a pressão interna contra o governo Netanyahu


O líder da oposição israelense, Yair Lapid, aderiu nesta terça-feira 12 à convocação de uma greve geral no domingo 17 em solidariedade aos reféns israelenses em Gaza, uma medida promovida pelas famílias dos sequestrados.
“Façam greve no domingo”, escreveu Lapid na rede social X, informando que se dirige “inclusive aos que apoiam o governo” do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“Não é uma questão de disputas ou de política. Façam por solidariedade” com os reféns de 7 de outubro que continuam sob o controle do Hamas e de seu grupo aliado, a Jihad Islâmica, na Faixa de Gaza.
“As famílias que fizeram o pedido e (…) é uma razão suficiente”, acrescentou.
No dia 10 de agosto, quase 20 pais de reféns convocaram uma greve geral para domingo e segunda-feira. O Fórum de Famílias de Reféns, a principal organização de parentes dos sequestrados, pediu a “paralisação do país”.
O principal sindicato israelense, Histadrut, não aderiu à convocação até o momento, mas afirmou que apoiará “as manifestações de solidariedade dos trabalhadores”, segundo o Fórum.
“Autorizem a greve dos cidadãos, da base ao topo. Autorizem que cada um tire um dia de folga no próximo domingo”, pediu Lapid aos empresários, antes de denunciar mais uma vez o sacrifício dos reféns “no altar de uma guerra interminável, sem objetivo e sem propósito”.
Dos 251 reféns capturados durante o ataque do movimento islamista palestino em Israel em 7 de outubro de 2023, 49 continuam detidos em Gaza, 27 deles mortos, segundo o Exército israelense.
O Hamas e a Jihad Islâmica divulgaram no início do mês três vídeos que mostravam dois reféns muito debilitados, o que provocou uma condenação unânime.
Após 22 meses de guerra, o primeiro-ministro Netanyahu enfrenta uma intensa pressão interna e internacional pelo destino dos reféns e para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, devastada e cenário de uma catástrofe humanitária.
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