Mundo
Trump escolhe economista conservador para escritório de estatísticas trabalhistas
O magnata demitiu Erika McEntarfer após a publicação de números que mostravam um enfraquecimento do mercado de trabalho


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu nesta segunda-feira 11 um economista de direita para chefiar o Escritório de Estatísticas Trabalhistas, em substituição à comissária que ele demitiu após a publicação de números sobre o emprego que mostravam um enfraquecimento do mercado de trabalho.
Trump informou em sua plataforma Truth Social que nomeava E.J. Antoni como comissário do órgão.
“Nossa economia está crescendo e E.J. garantirá que os números divulgados sejam HONESTOS e PRECISOS”, escreveu o presidente. “Sei que E.J. Antoni fará um trabalho incrível neste novo cargo.”
Antoni é economista-chefe do centro Fundação Heritage para o orçamento federal, segundo o site da organização.
Em seus comentários publicados pela Fundação Heritage, Antoni elogiou consistentemente as políticas do presidente republicano e, por outro lado, criticou as de seu antecessor, o democrata Joe Biden.
Na semana passada, Trump reiterou, sem apresentar provas, que um relatório recente sobre o emprego “estava manipulado”.
Ele alegou que Erika McEntarfer, chefe de estatísticas trabalhistas, havia adulterado dados para minimizar os feitos econômicos de seu governo.
O crescimento do emprego nos Estados Unidos não atingiu as expectativas em julho, segundo os números do Escritório de Estatísticas Trabalhistas. Além disso, foi revisado para baixo o número de contratações de maio e junho, que caiu para os níveis mais baixos desde a pandemia de Covid-19.
Trump pediu a demissão de McEntarfer horas depois da divulgação dos números.
O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, admitiu posteriormente que o mercado de trabalho, de fato, havia esfriado.
Os dados sobre o emprego nos Estados Unidos apontam para dificuldades, já que as empresas adotaram uma postura cautelosa em relação à contratação e ao investimento enquanto enfrentavam as tarifas radicais e instáveis de Trump neste ano.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Trump cita Brasília como ‘capital violenta’ e apresenta dados antigos sobre criminalidade
Por Vinícius Nunes
Os detalhes da ação do Brasil na OMC contra o tarifaço de Trump
Por Vinícius Nunes
Trump prorroga por 90 dias a trégua tarifária com a China
Por AFP