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Marcos Pollon alega ser autista para justificar permanência em motim da Câmara
Deputado bolsonarista diz que não compreendeu situação durante ocupação do plenário, mas admite que havia acordo para não sair sem resposta sobre anistia


O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) afirmou nas redes sociais que é autista e que, por isso, não entendeu o que ocorria no momento em que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tentou retomar a condução da sessão marcada por um motim de congressistas. A justificativa surge em meio às representações que pedem sua suspensão por até seis meses, após a ocupação do plenário ter paralisado os trabalhos da Casa por mais de 30 horas.
Segundo Pollon, a condição o deixou confuso sobre a situação, levando-o a permanecer na Mesa Diretora ao lado do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que, segundo ele, estava ali para orientá-lo. Apesar disso, o bolsonarista reconheceu que havia um acordo para não deixar o espaço sem uma resposta positiva à pauta da anistia para os golpistas de 8 de Janeiro de 2023.
O caso de Pollon é um dos que serão analisados pela Corregedoria Parlamentar antes de eventual encaminhamento ao Conselho de Ética. Além dele, Van Hattem, Zé Trovão (PL-SC) e Júlia Zanatta (PL-SC) também podem ser suspensos. A movimentação faz parte da reação de Hugo Motta, pressionado por líderes do Centrão a demonstrar autoridade após o episódio.
Dias antes da ocupação, Pollon já havia protagonizado polêmica ao insultar publicamente o presidente da Câmara, chamando-o de “bosta” e “baixinho de um metro e sessenta” durante manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A defesa do deputado agora aposta na explicação sobre o autismo para tentar reverter o avanço do processo disciplinar.
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