

Opinião
Motim na ala bolsonarista
Internos do manicômio se rebelaram depois que o diretor determinou o uso de camisa de força eletrônica e isolamento de Napoleão do hospício


Olá, estas são as NOTÍCIAS DO HOSPÍCIO! O semanário de bordo da nossa viagem na maionese. Os temas mais relevantes no sanatório geral da República, conflagrado por rebelião com reféns em uma de suas alas.
E ATENÇÃO! NAPOLEÃO DO HOSPÍCIO É CONFINADO EM ALA ISOLADA. Jair Messias Bolsonaro, o Bozo, líder da Seita, foi posto em isolamento por descumprir medidas impostas pelo regimento interno do manicômio, sob o comando do diretor Alexandre de Moraes, o Cabeça de Ovo.
A punição inclui o impedimento do uso de telefone celular, em favor de conversas presenciais e contato físico com Michelle Bolsonaro e Laurinha, o que poderia configurar tortura e maus-tratos. Jair já tinha sido punido antes com o uso de camisa de força eletrônica em seu tornozelo.
Internos da ala bolsonarista reagiram ao confinamento de seu líder e deram início a uma rebelião. O levante fez reféns entre pacientes psiquiátricos de alas diversas, como a dos Trabalhadores, Empresários e Brasileiros Comuns, todos submetidos ao Rivotril Litrão desde o início da crise.
O resgate exigido pelos amotinados da Seita inclui ANISTIA AMPLA, GERAL E IRRESTRITA a Bozo, Jair, Bolsonaro, Messias e os “malucos” do 8 deJaneiro, além da decapitação do Cabeça de Ovo.
A crise escalou os muros do manicômio com a condenação do isolamento de Jair pelo governo dos Estados Unidos, órgão máximo na defesa dos Direitos Humanos e da democracia no mundo, responsável por se envolver em 206 CONFLITOS MILITARES em toda a sua história, incluindo o atual genocídio em Gaza e excluindo o apoio a tiranos diversos, com inúmeras violações dos tais direitos, mas isso não vem ao caso.
Até o fechamento desta edição, não se sabia ao certo se a retaliação do aiatolá da democracia, Donald Trump, viria com acréscimo nas tarifas comerciais, ataques pontuais à direção do manicômio ou envio de porta-aviões ao pátio externo. De qualquer forma, mísseis antibalísticos foram disparados a partir da Ala dos Brasileiros Comuns, cujas armas mortíferas são memes e tuítes.
“BLOQUEAR O CARTÃO DE CRÉDITO DE ALEXANDRE NÃO O IMPEDIU DE PARCELAR A PRISÃO DO VERME”, disparou o paciente Marcos. “Carlos ajudou o pai a ficar inelegível por abuso de poder, Bananinha botou a tornozeleira, Flávio meteu a domiciliar. Falta a preventiva e o regime fechado. Renan e Laurinha, foco na missão!”, torpedeou Leila. Em 10 de julho, Trump chegou a limitar comentários durante invasão brasileira ao Instagram, uma resposta bélica ao tarifaço.
A declaração de guerra, no entanto, partiu da Ala Bolsonarista. “ESTAREMOS AQUI ENTRINCHEIRADOS A PARTIR DE AGORA”, desafiou Sóstenes Cavalcante, um dos líderes da rebelião. “Se é guerra que o governo quer, é guerra que o governo terá. NÃO HAVERÁ PAZ ENQUANTO NÃO HOUVER UM DISCURSO DE CONCILIAÇÃO”. Fontes da praça confirmam que Sóstenes não tem tomado o remedinho.
O vice-diretor para Assuntos Disciplinares, Altineu Côrtes, afirmou que as exigências para o resgate serão aceitas caso o titular do setor, Hugo Motta, deixe eventualmente o posto. Aparentemente contrário à capitulação, Motta deve dormir em barraca no pátio interno do manicômio.
THAT’S ALL, FOLKS! Voltamos a qualquer momento com novas informações direto do front. •
Jornalista, indicado ao Emmy Internacional com a série O Infiltrado. Autor dos livros O Atleticano Vai ao Paraíso e Bandido Raça Pura.
Publicado na edição n° 1374 de CartaCapital, em 13 de agosto de 2025.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Motim na ala bolsonarista’
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.