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Vitória magnífica

As jogadoras da Seleção protagonizaram um jogo inesquecível, com todos os ingredientes de um espetáculo grandioso

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A atacante Amanda Gutierres, camisa 9, é a artilheira do Brasil na Copa América feminina. Foto: Rodrigo BUENDIA / AFP
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A vitória espetacular da Seleção Brasileira Feminina de Futebol na Copa América ainda vai ressoar por muito tempo. A conquista não só garantiu o título, como também a classificação para as próximas Olimpíadas e para a Copa do Mundo.

As atletas brasileiras protagonizaram, contra a excelente seleção colombiana, um jogo inesquecível, com todos os ingredientes de um espetáculo grandioso. O placar, que se alternou o tempo todo, mostrou o elevado nível da disputa, que exigiu prorrogação e pênaltis, mantendo a alta voltagem.

No plano individual, a craque Marta, entre tantas estrelas da finalíssima, chegou ao ponto mais alto de sua extraordinária carreira, consagrando seu título de rainha. Sua grandeza e seu senso de responsabilidade serão, sem dúvida, frutíferos para inspirar as gerações futuras.

Marta já vinha de uma campanha vitoriosa como campeã pelo Orlando ­Pride, seu atual clube no campeonato americano de 2024, onde foi eleita a melhor jogadora. Pela Fifa conquistou o prêmio The Best e foi a autora do gol mais bonito daquele campeonato.

Mais que isso, ostentando o merecido posto de capitã da Seleção Brasileira, Marta fez de tudo em campo. Esse “tudo” incluiu até a perda de um pênalti, o que valorizou ainda mais seu gol sensacional, um “foguete” de rara qualidade técnica, marcado de fora da área com uma potência inimaginável.

Antes disso, para completar a mostra de seu vasto repertório, ela marcou outro gol de rara habilidade com a perna que não seria a boa, aproveitando, com puro reflexo, uma bola que parecia fugir de seu alcance. Pareceu um gol feito no susto.

É necessário louvar a Seleção, recheada de verdadeiras craques da bola, que reacenderam a paixão dos torcedores tão desiludidos. Quem também merece os louvores são o treinador Arthur Elias e sua comissão técnica, pela condução do selecionado feminino e pela harmonia revelada.

Saindo do futebol feminino, indo para o masculino, temos, seguindo o ritmo habitual das disputas, o fechamento das janelas de transferências. Os destaques foram a ida do meia croata Luka Modric do Real Madrid para o Milan; do coreano Son Heung-min para a Major League Soccer (MLS), dos Estados Unidos; e a esperada apresentação do brasileiro Estevão no campeão mundial Chelsea.

Enquanto, por aqui, a temporada caminha para o fim, na Europa as equipes começam a retornar, com sérias queixas das chamadas e desgastadas pré-temporadas. A começar pelo maior de todos, o Real Madrid, os protestos ganham força a cada dia, dada a insanidade dos calendários do futebol profissional. A direção do clube espanhol classificou a ­LaLiga­ como “viciada e manipulada”.

Saindo da pomposa Copa do Mundo de Clubes, o time mais vencedor da história do futebol teve apenas duas semanas desses falsos períodos de preparação, nos quais as equipes continuam fazendo partidas amistosas.

Vale lembrar que as ditas pré-temporadas começaram com o pretexto de iniciar cada novo ano com um período de recomposição, construindo o que chamaram de “lastro”, para resistir às disputas cada vez mais acirradas – fruto da valorização econômica das atividades esportivas.

O mesmo se repete com o rival mais tradicional, o Barcelona. Os jogadores do time se manifestaram contra a agenda lotada ao desembarcar de sua pré-temporada, após uma viagem de 17 horas, quatro delas em um ônibus saindo direto do jogo em um país distante: “Viagem de time pequeno”, disseram.

Resta ver como os jogadores poderão reagir coletivamente, uma vez que nem mesmo os cartolas suportam mais o descalabro dos calendários. Outras discussões importantes que têm acontecido dizem respeito ao Fair-Play Financeiro na Europa.

Na última semana, de acordo com o site do Globo Esporte, o goleiro Ter Stegen teve problemas com a diretoria do Barcelona, enquanto se recupera de uma grave lesão.

O atleta não autorizou o envio pelo ­Barça,­ ao Comitê Médico de LaLiga, de um relatório de saúde que permitiria ao time abater parte do salário do jogador da conta do Fair-Play Financeiro para a temporada.

As regras de LaLiga permitem que os clubes abatam da folha de pagamento parte dos salários de atletas com graves lesões. Nesse caso, a recusa do jogador inviabiliza tal pleito. •

Publicado na edição n° 1374 de CartaCapital, em 13 de agosto de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Vitória magnífica’

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