Mundo
Governo de Israel destitui procuradora-geral, mas Suprema Corte suspende a decisão
Baharav-Miara está em conflito com o governo por questionar a legalidade de algumas decisões tomadas por Benjamin Netanyahu
O governo de Israel votou nesta segunda-feira 4, por unanimidade, a favor da destituição da procuradora-geral Gali Baharav-Miara, uma crítica ferrenha ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas a decisão foi imediatamente suspensa pela Suprema Corte após a apresentação de um recurso.
O ministro da Justiça, Yariv Levin, anunciou a decisão do gabinete, votada no mesmo dia durante um conselho de ministros, e enviou uma carta a Baharav-Miara, advertindo-a de que “não deveria tentar se impor a um governo que não confia nela e não pode trabalhar de maneira eficaz com ela”.
Baharav-Miara está em conflito com o governo por questionar a legalidade de algumas decisões tomadas por Netanyahu, especialmente a tentativa em maio passado de destituir o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.
A procuradora-geral do Estado, que também é conselheira jurídica do governo, havia proibido Netanyahu de demitir Bar, argumentando que ele estava em situação de “conflito de interesses” devido a uma investigação do Shin Bet sobre aliados de Netanyahu suspeitos de receber subornos do Catar.
Após a decisão do gabinete de destituir a procuradora-geral, o partido opositor Yesh Atid e várias ONGs apresentaram recursos à Suprema Corte com urgência para anular a decisão.
A Suprema Corte suspendeu a decisão, impedindo o governo de nomear um substituto.
Os recursos serão examinados dentro de um prazo de 30 dias, especificou a instituição.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Ministro de Israel gera crise após orar em templo muçulmano
Por Deutsche Welle
O plano da UE para penalizar Israel por ação militar em Gaza
Por Deutsche Welle
Israel afirma que ataques seguirão ‘sem trégua’ caso os reféns em Gaza não sejam libertos
Por AFP



