Política
Após pedido de vista, julgamento de Zambelli por perseguição armada será retomado
A deputada deve ser condenada a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto


Após o ministro Kassio Nunes Marques suspender, em março deste ano, a análise da ação contra a deputada federal Carla Zambelli por perseguir armada um eleitor de Lula (PT) em 2022, o Supremo Tribunal Federal marcou para o próximo dia 15 o retorno do julgamento.
O caso vai seguir em análise no plenário virtual da Corte e deve ser encerrado no dia 22 de agosto. Antes da paralisação do julgamento, o Supremo já tinha formado maioria pela condenação com os votos dos ministros Gilmar Mendes (relator), Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.
Se a tendência pela condenação continuar e nenhum ministro mudar o voto, Zambelli deve ser condenada a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. Os ministros que votaram pela condenação também se manifestaram pela perda do mandato em função da condenação criminal. Ainda faltam o voto de cinco ministros.
A deputada, que está presa na Itália, já foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão pelo episódio em que comandou a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça. Além dela, o hacker Walter Delgatti também foi condenado.
Relembre o caso
A deputada federal está sob julgamento no STF por perseguição armada em São Paulo. O episódio ocorreu na véspera do segundo turno de 2022, quando ela sacou uma arma e perseguiu um opositor pelas ruas de um bairro nobre da capital paulista. Na ocasião, ela também teria forçado que o homem permanecesse em um bar sob a mira do revólver.
Zambelli alegou ter agido em legítima defesa e perseguido o homem após ouvir tiros. Ela sustenta que ele estaria armado.
Para o relator do caso, porém, a versão da deputada não se sustentou após investigações. Ele considerou a parlamentar culpada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
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